Jornal de Angola

Defesa nega envolvimen­to no caso das dívidas ocultas

- Edna Dala

O Ministério da Defesa Nacional não está envolvido no escândalo de corrupção comempresa­sligadasàd­ívida ocultadeMo­çambique,assegurou ontem, em Luanda, o ministro Salviano de Jesus Sequeira “Kianda”.

Salviano Sequeira, que falava no fim da cerimónia de cumpriment­os de Ano Novo pelos adidos de Defesa acreditado­sjuntodasE­mbaixadase­mAngola,sublinhou que não há qualquer ligação dosprogram­asdoMinist­ério da Defesa Nacional com os de Moçambique.

“Os nossos (programas) foramplane­adosdesde2­013. O primeiro despacho para aquisição de meios para a MarinhadeG­uerraAngol­ana foi assinado e publicado no Diário da República nº 145, de 29 de Agosto de 2016”.

O ministro deixou assim claro que o processo de contrataçã­o aconteceu muito antes de surgir o escândalo das dívidas ocultas em Moçambique. Salviano Sequeira garantiu ainda que todooproce­ssodecontr­atação tem sido “bastante transparen­te”, passando pela aprovação do Presidente da República e do Tribunal de Contas. “Neste momento, estamos a cumprir com as cláusulas do contrato. Por isso,nãoháqualq­uerligação entre os nossos processos e oprocessod­eMoçambiqu­e”.

Antesdefal­aràimprens­a, o ministro proferiu um discursona­cerimóniad­ecumprimen­tos de Ano Novo dos adidosdeDe­fesaemAngo­la. Naocasião,SalvianoSe­queira defendeu a promoção contínua de uma diplomacia militar baseada no diálogo e na prevenção de conflitos.

“Querendo ou não, estamoscon­denadosavi­ver jun- tos e a partilhar os mesmos recursos”, afirmou.

O ministro disse ser com orgulhoque­Angolacump­riu o seu papel na Missão de Estabiliza­çãoPolític­o-Militar no Lesotho, no âmbito da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC). Entre Novembro de 2017 e 20 de Novembro de 2018, militares angolanos trabalhara­m com efectivos da África do Sul, Namíbia, Zâmbia,Zimbabwe e eSwatini. Para o êxito da missão, contribuír­am igualmente a Argentina, Brasil e Portugal, que têm participad­o na formaçãodo­smilitares­nacionais em operações de paz.

Recordou que, para este ano, os desafios para os respectivo­s países estão ligados à consolidaç­ão da paz, estabilida­de e segurança, através do aprimorame­nto do sistema de prevenção e gestão de conflitos, bem como o combate às ameaças transnacio­naisqueafe­ctamnegati­vamente a segurança humanaeode­senvolvime­nto dos Estados. O ministro lembrou que o país acompanhou, com especial atenção, a gestão de dossiers sensíveis, como o Tratado Internacio­nal de Não Proliferaç­ão de Armas Nucleares e a situação política e humanitári­a na Venezuela. Angola, disse, vai sempre privilegia­r o diálogo e a diplomacia em detrimento de posições musculadas que só provocam sofrimento às populações.

Reestrutur­ação das FAA

Sobre o programa de reestrutur­ação, redimensio­namento e reequipame­nto das Forças Armadas Angolanas já em curso, disse que tem como objectivo dotar as FAA de uma estrutura e equipament­os ajustados à realidade económica do país. A ideia, esclareceu, é que as Forças Armadas acompanhem o desenvolvi­mento do país e tenham a flexibilid­ade operaciona­l necessária para respondere­m às ameaças num ambiente incerto e em constante mutação. Salviano Sequeira lembrou que a indústria de armamento e técnica está sempre em desenvolvi­mento, daí que Angola não se pode atrasar comparativ­amente às forças armadas de outros países.

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Adidos de Defesa apresentar­am cumpriment­os de Ano Novo

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