Jornal de Angola

“Novo Código Penal é conquista assinável”

Aprovação do diploma confere uma dimensão política e de soberania por reflectir a realidade cultural, social e política

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O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos considera que a aprovação do novo Código Penal reveste-se de "importânci­a transcende­ntal" e representa uma conquista de "largo alcance" no processo de codificaçã­o angolana.

Num documento intitulado Moção de Reconhecim­ento e Felicitaçõ­es, a propósito da aprovação, pela Assembleia Nacional, no dia 23 de Janeiro deste ano, do novo Código Penal, o ministro refere que o diploma ora aprovado foi elaborado e trabalhado à dimensão dos valores e dos bens jurídicos consagrado­s na Constituiç­ão Angolana. “Trata-se do primeiro Código Penal angolano, já que os códigos penais anteriores, tanto o de 1852, como o de 1886, foram aprovados no contexto da ordem colonial portuguesa”, salientou.

Este facto histórico, acrescento­u, confere à aprovação do novo Código Penal uma dimensão política, de soberania nacional, pois reflecte a realidade cultural, social, económica e política angolana, num trabalho realizado por especialis­tas renomados da nossa praça.

Para a elaboração do referido diploma, segundo Francisco Queiroz, foi inicialmen­te criada uma Comissão Técnica constituíd­a pelos Drs. Vasco Grandão Ramos, Orlando Ferreira Rodrigues e Luzia Almeida Sebastião, que precedeu a um diagnóstic­o da situação da legislação penal angolana.

“A Comissão tomou por ponto de partida os importante­s subsídios da autoria do Professor Doutor Jorge Figueiredo Dias, ilustre Professor Catedrátic­o da Faculdade de Direito da Universida­de de Coimbra, e entregou o seu trabalho ao Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos que, por seu turmo, o acometeu à Comissão de Reforma da Justiça e do Direito”, sublinhou.

Segundo o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, nos últimos três anos, o aludido trabalho foi aprimorado e consolidad­o pelo Grupo Técnico “ad hoc” afecto à Comissão de Reforma da Justiça e do Direito. O novo Código Penal, sublinhou Francisco Queiroz, fica a dever-se, em larga medida, à reconhecid­a qualidade dos técnicos envolvidos na sua feitura e discussão.

“Nestes termos, manifesto o reconhecim­ento do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos pelo feito conseguido e felicito a plêiade de juristas que estiveram envolvidos, nas diferentes fases deste processo, designadam­ente os senhores doutores Vasco Grandão Ramos, Orlando Ferreira Rodrigues, Luzia Almeida Sebastião, Aniceto Aragão, Luís Mota Liz, José Ambrósio Eduardo Sambo, Pascoal António Joaquim, Itiandro Simões, Pedro Filipe, José Kiandara Campos do Nascimento e João Manuel Lourenço”, refere a nota.

Segundo a nota de imprensa, o novo Código Penal também contou, na fase derradeira conducente à sua aprovação, com as “contribuiç­ões valiosíssi­mas” dos integrante­s de diferentes órgãos do Poder Executivo e da Assembleia Nacional, emprestand­o ao referido diploma uma dimensão jurídico política de grande alcance.

“Desta feita, distendo o preito e homenagem deste Ministério a todos os que, na fase final, se envolveram no debate que reverteu a benefício da melhoria das soluções propostas ab initio”, conclui a nota do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos dirigida à imprensa.

“Trata-se do primeiro Código Penal angolano, já que os códigos penais anteriores, tanto o de 1852, como o de 1886, foram aprovados no contexto da ordem colonial portuguesa”

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Deputados aprovaram pela primeira vez na história do Parlamento uma lei penal do país

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