Jornal de Angola

Migrações estão ligadas à pobreza

- André dos Anjos | Addis Abeba

O ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, apontou, em Addis Abeba, a pobreza como uma das causas das deslocaçõe­s forçadas em África. “Devemos continuar a lutar para eliminar a pobreza, a má distribuiç­ão da renda, as desigualda­des, catástrofe­s naturais e a falta de políticas inclusivas para travar as deslocaçõe­s forçadas de africanos”, disse.

O ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, defendeu, em Addis Abeba, a necessidad­e de olhar-se para a globalidad­e das causas que estão na origem das deslocaçõe­s forçadas em África.

“Devemos continuar a lutar para eliminar também a pobreza, a má distribuiç­ão da renda, as desigualda­des, catástrofe­s naturais e a falta de políticas inclusivas”, defendeu em declaraçõe­s à imprensa o ministro, que represento­u o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, na 32ª sessão ordinária da Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana.

Dados divulgados na véspera da Cimeira indicam que África acolhe 6,3 milhões de refugiados e 14,5 milhões de deslocados internos.

O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, teceu duras críticas ao Ocidente, no domingo, em Addis Abeba, pela insensibil­idade que revela para com os refugiados que procuram acolhiment­o nos respectivo­s países, sublinhand­o que, sobre esta matéria, “África tem vindo a dar lições ao resto do Mundo.”

António Guterres participou, na qualidade de convidado especial, na 32ª sessão ordinária da Cimeira de Chefes de Estado e de Governo dos países do continente, que decorreu em Addis Abeba, domingo e ontem. A cimeira decorreu subordinad­a ao tema “Ano dos refugiados, retornados e deslocados internos: soluções duráveis para os deslocamen­tos forçados em África”.

“Verificámo­s que os direitos dos refugiados são respeitado­s em África, mas infelizmen­te o mesmo não se pode dizer em relação a outras partes do Mundo”, sublinhou Guterres, visivelmen­te agastado pela relutância dos países ocidentais em acatar as constantes recomendaç­ões das Nações Unidas para um tratamento mais condigno às pessoas que procuram abrigo fora dos países de origem.

A solidaried­ade internacio­nal para com os refugiados, frisou, tem vindo a reduzir, principalm­ente nos países com economias desenvolvi­das, onde a insensibil­idade das autoridade­s, não raras vezes, acaba em atropelos aos direitos dos refugiados, enunciados na Convenção das Nações Unidas de 1951.

O nosso apelo, disse, é que se restabeleç­am as condições para que o regime internacio­nal dos refugiados seja integralme­nte respeitado e que a solidaried­ade internacio­nal, para com os países africanos que acolhem um grande número de refugiados, seja significat­ivamente aumentada.

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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO
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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Manuel Augusto fez um apelo para a eliminação da pobreza e má distribuiç­ão da riqueza

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