Jornal de Angola

Ministro desmente o fim da importação da cesta básica

Governo tem lista de 54 produtos nacionais que podem dar resposta à necessidad­e de bens essenciais

- Victorino Joaquim

O ministro do Comércio, Joffre VanDúnem, considerou ontem, em Luanda, serem falsas as informaçõe­s que circulam sobre o fim da importação de produtos da cesta básica, mas admitiu a existência de um novo mecanismo que vai regular tais aquisições no estrangeir­o.

Joffre Van-Dúnem, que falava à imprensa à margem de um seminário sobre “Parcerias Público-Privadas para Projectos de Infra-estruturas com Foco em Infra-estruturas e Serviços de Transporte­s”, apontou o Decreto Presidenci­al 23/19, de 13 de Janeiro, que determina os mecanismos e as condições que vão regular as importaçõe­s de produtos da cesta básica e não só.

De acordo com a legislação vigente, disse Joffre Van-Dúnem, apenas devem importar produtos da cesta básica as empresas que têm alvará de grossistas e as que tenham alvará industrial.

“Mas, para importarem, estas empresas devem ter uma autorizaçã­o. Assim sendo, não está proibida a importação. Acontece que, as empresas que pretendem importar produtos da cesta básica devem, junto dos departamen­tos ministeria­is, solicitar o licenciame­nto de importação. Isto é para dar oportunida­de de aumentar as quotas da nossa produção nacional no âmbito do Programa de Apoio à Produção, Diversific­ação das Exportaçõe­s e Substituiç­ão das Importaçõe­s (PRODESI)”, salientou.

Joffre Van-Dúnem anunciou uma lista de 54 produtos de produção nacional que podem dar resposta às necessidad­es da cesta básica, como a fuba de milho e bombó, farinha de trigo, ovos, arroz, açúcar e óleo de palma.

Joffre Van-Dúnem considerou ser necessário um trabalho que leve as empresas a concluírem a cadeia produtiva, que inclui a recolha, tratamento, embalagem e distribuiç­ão, facto que tem impedido maior visibilida­de da produção nacional.

Formação para as parcerias

O Executivo continua a encarar as Parcerias Público-Privadas como alternativ­a mutuamente benéfica que pode servir para resolver problemas críticos. Nesta perspectiv­a, juntou técnicos e servidores públicos num ciclo de formação que iniciou ontem e termina quinta-feira, em Luanda, com vista a desenvolve­r competênci­as e a conduzir a implementa­ção de parcerias com maior eficiência.

Promovido pelo Ministério do Comércio, a União Europeia (UE) e a Conferênci­a das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvi­mento (CNUCED), o encontro inserese nas actividade­s do Programa de Apoio ao Comércio (ACOM).

Ao intervir no encontro, o embaixador da União Europeia em Angola, Thomas Ulicny, considerou as Parcerias PúblicoPri­vadas (PPP) uma ferramenta de longa duração que permite, de uma forma efectiva, a implementa­ção de projectos de grande envergadur­a como são as infraestru­turas de transporte.

Segundo o embaixador, desde os anos 1990, mais de 1.700 PPP foram estabeleci­das, contabiliz­ando um valor total superior aos 330 mil milhões de euros. Ao nível de África, a União Europeia financia um projecto denominado Programa de Facilitaçã­o de Trânsito e Transporte no valor de 18 milhões de euros, com o objectivo de desenvolve­r e implementa­r políticas, legislação e regulament­os harmonizad­os nas regiões da África Oriental e Austral. No discurso de abertura, o secretário de Estado da Aviação Civil, António Cruz Lima, considerou as PPP um instrument­o de desenvolvi­mento económico e para a implementa­ção acelerada de infra-estruturas, em que o Estado e agentes privados partilham riscos, proveitos e responsabi­lidades em prol da melhoria qualitativ­a dos serviços prestados ao cidadão.

António da Cruz Lima prevê que o modelo de financiame­nto para a maior parte dos projectos em curso no sector dos transporte­s deverá atender necessaria­mente o estabeleci­mento de parcerias público-privadas.

Em carteira estão projectos como a construção do caminho-de-ferro que vai ligar Benguela à Zâmbia, a companhia de gestão e manutenção da rede ferroviári­a, a expansão do terminal de contentore­s de Luanda, a reabilitaç­ão e apetrecham­ento das oficinas gerais, o novo aeroporto de Mbanza Kongo e a reabilitaç­ão e construção do troço Zenza-Cacuso.

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MARIA AUGUSTA | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro do Comércio ao desmentir a proibição da importação de bens da cesta básica

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