Sequele tem a maior escola primária do país
O distrito do Sequele precisa de 62 novos docentes e 273 salas de aula para receber 7.177 crianças fora do sistema de ensino
nos bairros Bênção de Deus e Kalilongue, que “surgiram agora” no município de Cacuaco, um dos mais populosos de Luanda.
O distrito urbano do Sequele precisa de 62 novos professores e 273 salas de aula para receber 7.177 crianças que estão ainda fora do sistema de ensino. No presente ano lectivo, estão em funcionamento 14 escolas públicas, duas comparticipadas e 13 colégios, dez dos quais em vias de legalização. As escolas públicas tiveram, no total, 2.781 vagas, 600 das quais nos três estabelecimentos da Cidade do Sequele e, deste número, 370 são referentes ao ensino primário.
Ana Paula Francisco esclareceu que o processo de legalização dos dez colégios está a ser acompanhado de perto pela repartição distrital da Educação do Sequele e aos quais, devido ao défice de escolas, foi dada a possibilidade de funcionarem de forma condicionada.
O número de alunos matriculados pode subir no primeiro trimestre, por estarem as escolas a receber ainda pedidos de pais e encarregados de educação, alguns dos quais com a alegação de serem novos moradores no distrito urbano.
“Estamos a envidar esforços para termos no máximo 40 alunos em cada sala de aula”, acentuou a responsável. Para este ano lectivo, está garantida merenda escolar para 1.740 alunos de três escolas públicas do Sequele.
“Há, entre as crianças ainda fora do sistema de ensino no Sequele, muitos casos sem registo de nascimento”, informou Ana Paula Francisco, mas isso não constitui um impedimento à matrícula, porque “não podemos tirar o direito de estudar a uma criança nesta condição”.
A responsável disse que tem havido intervenção da repartição distrital da Educação, junto dos serviços de Registo Civil e Identificação, para as crianças em idade escolar serem registadas e obterem posteriormente o Bilhete de Identidade.
“No dia em que o senhor jornalista ligou para mim, eu estava na repartição de Identificação Civil com cinco alunos que precisavam de Bilhete de Identidade”, explicou Ana Paula Francisco, que reconheceu o papel desempenhado pelos serviços competentes em defesa dos interesses das crianças do distrito urbano, constituído pela Cidade do Sequele (sede) e os bairros Havemos de Voltar, Cowboy, Seta, Caop Nova, Kalilongue, Ponte Três, Bairro Trinta e Mayé-Mayé.