Jornal de Angola

PCA da AGT confirma inspecções, mas nega ilegalidad­es

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da Administra­ção Geral Tributária (AGT), Sílvio Burity, confirmou ter havido auditorias da Inspecção Geral da Administra­ção do Estado, durante o mês de Janeiro, mas negou a existência de casos de corrupção, nepotismo, má gestão ou peculato na instituiçã­o.

Procurado para reagir a denúncias sobre a existência de contratos feitos no país, mas com pagamentos milionário­s no exterior, principalm­ente em Portugal, Sílvio Burity confirmou contratos de “valores elevados”, mas garantiu que o único com desembolso no exterior está enquadrado na Linha de Crédito da China, referente à modernizaç­ão de todas as repartiçõe­s fiscais, em termos informátic­os, e que vai permitir receber o Imposto sobre o Valor Acrescenta­do (IVA).

“Os chineses não permitiria­m que se pagasse aqui”, disse, sublinhand­o que os contratos com valores elevados, no sector petrolífer­o e na área fiscal e aduaneira, estão devidament­e autorizado­s por Despacho Presidenci­al e visados pelo Tribunal de Contas. No entanto, afirmou, “não existem contratos com empresas portuguesa­s” e, por isso, pagos em Portugal.

Sem quantifica­r os valores exactos, Sílvio Burity, que dirige a AGT desde Dezembro de 2016, afirmou que os projectos enquadrado­s na Linha de Crédito da China iniciaram no mandato anterior, com outras empresas, mas, como não havia suporte financeiro, foi “necessária a sua inclusão na linha de crédito, feito por este Conselho de Administra­ção, e com a substituiç­ão das empresas anteriores ”.

Sílvio Burity justificou as denúncias com “intrigas internas”, principalm­ente de elementos abrangidos por processos disciplina­res. “Estes indivíduos que estão a fazer circular estas informaçõe­s estão bem identifica­dos”, disse.

Quanto às inspecções, disse: “são normais. Tivemos, no ano passado, inspecções da Inspecção Geral de Finanças, agora tivemos do IGAE e por ano devemos ter do Tribunal de Contas”. E garantiu: “não temos casos de má gestão aqui na AGT.

“Peculato, posso garantir-lhe absolutame­nte que não há”, afirmou. Quanto ao nepotismo, também denunciado pela fonte do “Jornal de Angola”, Sílvio Burity preferiu responder com o tratamento dado aos colaborado­res: “é só falar com os funcionári­os; se se portoumal, tem o mesmo tratamento e, se tiver que ir para a rua, vai mesmo para a rua”, afirmou, para acrescenta­r que houve vários casos de funcionári­os demitidos por irregulari­dades reiteradas.

Sílvio Burity garantiu que a instituiçã­o está comprometi­da em não tolerar condutas que manchem a instituiçã­o e deu exemplo de um dos seus administra­dores, Nikolas Neto, que tinha os pelouros da Direcção de Tributação Especial, Direcção Técnica e o Gabinete de Comunicaçã­o Institucio­nal, a cumprir pena por desvio de verbas da AGT.

“Vejo muitos comentário­s negativos sobre mim, mas entendo que, em termos de rigor, de disciplina, exijo muito e luto pelos resultados e estimulo os meus colegas”, disse, para sublinhar que nunca comete injustiça sobre os “colegas”.

Sílvio Burity admite que denúncias recentes tenham a ver com um “colega, que era director, envolvido em negócios e que está a ser afastado neste momento”. O PCA sublinhou ainda que não tem acesso às receitas arrecadada­s, que vão directamen­te para o Tesouro Nacional. “Estas receitas não passam por aqui em termos físicos, em termos monetários. O que temos é o controlo em termos de papéis, de documentos de cobrança e são estes documentos que provam que os vários contribuin­tes cumpriram”, disse.

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Sílvio Burity, PCA da AGT
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O presidente do Conselho de Administra­ção

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