Separatistas catalães estão a ser julgados
Começaram ontem a ser julgados, em Madrid, 12 dirigentes independentistas catalães acusados de envolvimento na tentativa de secessão da Catalunha, em Outubro de 2017, um mega-processo que vai ser transmitido em directo pela televisão.
O julgamento, que deve demorar três meses, com a sentença a ser conhecida antes das férias de Verão, vai ser seguido por mais de 600 jornalistas e 150 meios de comunicação social espanhóis e estrangeiros.
O Tribunal Supremo põe à disposição todos os sinais, em directo das audiências, para que haja absoluta transparência sobre o processo, a contrariar as informações dos separatistas.
O Ministério Público pediu penas, que vão até 25 anos de prisão contra os acusados, por alegados delitos de rebelião, desvio de fundos e desobediência.
A figura principal da tentativa de independência, o ex-presidente do Governo regional catalão, Carles Puigdemont, fugiu para a Bélgica e é o grande ausente neste processo, visto que a Espanha não julga pessoas à revelia, em delitos com este grau de gravidade.
No banco dos réus vão estar, de entre outros, o exvice-presidente do Governo regional e vários ex-membros desse Executivo, a antiga presidente do Parlamento catalão e os dirigentes de duas poderosas Associações cívicas separatistas.
Nove dos acusados estão detidos provisoriamente, há mais de um ano, suspeitos de cometerem os delitos mais graves de rebelião e de desvios de fundos públicos. Após à realização de um referendo, a 1 de Outubro de 2017, sobre a independência, proibido pela Justiça, os separatistas catalães proclamaram, a 27 de Outubro do mesmo ano, uma República catalã independente.
O processo de independência foi interrompido no mesmo dia, quando o Governo central espanhol, presidido, então, por Mariano Rajoy, decidiu intervir na Comunidade Autonómica, destituiu o Executivo de Carlos Puigdemont e dissolveu o Parlamento.