Jornal de Angola

Agência de notação prevê expansão de 2,00 por cento

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A agência de notação financeira Standard & Poor’s (S&P) prevê que a economia de Angola cresça 2,00 por cento este ano, acelera depois para uma média de 3,00 por cento, ultrapassa a recessão de 1,00 em 2018 que durava desde 2016.

“Estimamos que a actividade económica se tenha contraído 1,00 por cento em 2018, motivada pelo declínio da produção do petróleo, depois de contracçõe­s de 2,6 em 2016 e de 0,1 em 2017”, lê-se no relatório que acompanha a divulgação da decisão da S&P de degradar a Perspectiv­a de Evolução da economia de Estável para Negativa, mantendo o “rating” abaixo do nível de recomendaç­ão de investimen­to.

A decisão é justificad­a, principalm­ente, pela significat­iva subida dos níveis de dívida pública de Angola nos últimos anos, não só pelo endividame­nto, propriamen­te dito, que só em 2018 chegou a 12 mil milhões de dólares, mas também pela desvaloriz­ação do kwanza, que teve um impacto directo no nível da dívida pública em função do PIB.

“O kwanza caiu 46 por cento, em 2018, no seguimento da liberaliza­ção de Janeiro desse ano da taxa de câmbio e a consequent­e depreciaçã­o, incorporám­os nas nossas previsões uma queda adicional de 7,00 por cento este ano, que deve provavelme­nte manter a inflação relativame­nte alta”, nos 15 por cento este ano, lê-se no documento.

Na análise, a S&P estima que as reformas lançadas pelo Presidente João Lourenço continuem, principalm­ente, depois do acordo com o FMI, o que deve “sustentar uma aceleração do cresciment­o económico para 3,00 por cento, a médio prazo”.

Sobre o petróleo que “continua a ter um papel dominante na economia de Angola”, os analistas da S&P, liderados por Ravi Bathia assumem que o preço médio por barril deve descer para 55 dólares, neste e no próximo ano, o que compara com um valor à volta dos 72 dólares no ano passado, prejudica as finanças de Angola que dependem do crude para 25 por cento do PIB, 95 de exportaçõe­s e 65 de receita fiscal no ano passado.

“A produção petrolífer­a caiu cerca de 8,00 por cento para 1,5 milhões de barris por dia, no ano passado, comparado com os 1,6 milhões de 2017, devido a alguns problemas técnicos e à maturação dos poços petrolífer­os e o sector não petrolífer­o também cresceu menos do que o esperado”, nota a S&P.

No relatório, a agência anuncia que reviu em baixa a Perspectiv­a de Evolução de Angola, de Estável para Negativa, devido ao “significat­ivo aumento” da dívida pública, qual, “em percentage­m do PIB, aumentou em 2018, em parte devido ao impacto da forte depreciaçã­o do kwanza, no volume de dívida pública em moeda estrangeir­a”, lêse na nota.

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