Gestantes já podem ter acompanhante
Jacinta Malundo, 25 anos, gestante de gémeos de 27 semanas, é uma das sobreviventes do trágico acidente de viação, ocorrido recentemente no Cuanza-Norte, que está internada na Maternidade Lucrécia Paim, em Luanda.
Ontem, por ocasião do Dia Mundial do Doente, recebeu a visita do secretário de Estado da Saúde para a Área Hospitalar, Leonardo Inocêncio.
Internada desde o passado sábado, proveniente do Hospital Provincial do Cuanza-Norte, em Ndalatando, para onde foi levada após o acidente que vitimou mortalmente 14 pessoas, dos quais três crianças, Jacinta Malundo ainda se queixa de dores de cabeça “intensas, que não passam”.
O secretário de Estado da Saúde para a Área Hospital agradeceu o apoio que o Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher está a prestar aos sinistrados do CuanzaNorte que deram entrada naquela e noutras unidades sanitárias, em Luanda.
Na Maternidade Lucrécia Paim, Leonardo Inocêncio constatou o novo modelo de atendimento, lançado há três meses, que consiste na presença permanente de pelo menos um familiar de parturientes junto destas nas salas de internamento ou no berçário.
Com a entrada em funcionamento deste serviço, reduziu muito o acumulado de familiares de doentes fora da instituição, que ficavam horas sem saber notícias do seu paciente, disse o governante.
Leonardo Inocêncio explicou que este projecto é para incentivar também as outras unidades hospitalares a acabarem com o fluxo de pessoas na rua e reeducar os familiares por causa da ansiedade.
Com a implementação desse projecto, disse o secretário de Estado da Saúde para a Área Hospitalar, pretende-se levar os familiares para dentro da instituição, para que eles colaborem na prestação de serviços, no apoio psíquico, biológico e social do utente.
Leonardo Inocêncio disse queestáemcursoapreparação da Lei do Utente, onde estão plasmados os vários direitos do doente, como acompanhamento, respeito, dignidade, assistência religiosa, direito a bom tratamento, humanização, escolha da unidade, recusa de um tratamento e outras questões.
O director clínico da Maternidade Lucrécia Paim, Francisco Quinto, disse que a participação do familiar ao lado da parturiente “é um ganho muito grande”, porque a paciente pode apresentar alguma dor, alguma preocupação e é muito mais fácil comunicar ao profissional, “para juntos buscarmos a satisfação dessa paciente”.
Teresa Rosa, 30 anos, parturiente de cesariana, está internada na Lucrécia Paim, em companhia da mãe e diz estar a ser muito bem atendida e louvou o novo modelo de atendimento, que possibilitou ter um familiar ao seu lado, a cuidar das necessidades do bebé, enquanto convalesce.
De acordo com a paciente, o novo modelo de atendimento transmite maior conforto psicológico às parturientes e até descanso, pelo facto de ter um familiar ao lado.