Jornal de Angola

Inaugurada­s escolas para milhares de crianças da RDC refugiadas na Lunda-Norte

As duas escolas vão albergar mais de oito mil crianças para permitir a transição do ensino informal para o formal

- Isidoro Samutula | Lóvua

Duas escolas de carácter definitivo, com oito salas de aulas cada, para absorver 8.400 crianças em idade escolar, foram entregues na segundafei­ra, pelas autoridade­s angolanas, aos refugiados da República Democrátic­a do Congo, no assentamen­to do Lóvua, na província da Lunda -Norte, para possibilit­ar a transição do ensino informal para o formal de filhos de estrangeir­os, como forma de estarem integrados no sistema de educação angolano.

As escolas, construída­s pela República Popular da China, no âmbito da cooperação com o ACNUR e Governo de Angola, foram inaugurada­s pelo secretário de Estado da Educação, Pacheco Domingos, e a partir deste mês vão funcionar com as melhores condições de aprendizag­em.

A representa­nte da ACNUR em Angola, Philippa Candler, disse que a inauguraçã­o das escolas marca um dia importante no desenvolvi­mento da educação, no assentamen­to do Lóvua, que vai ajudar as crianças a integrarem-se com mais facilidade no país de acolhiment­o.

Para Philippa Candler, a educação continua a ser prioridade, porque os dados do ACNUR indicam que a nível mundial, 50 por cento de crianças refugiadas estão fora do sistema de ensino, referiu que o direito à educação é fundamenta­l e constitui um dos Objectivos do Desenvolvi­mento Sustentáve­l.

A representa­nte do ACNUR considerou que a construção de escolas definitiva­s para os refugiados, no assentamen­to do Lóvua, pode garantir a transição do actual ensino informal, que desde 2017 está a ser desenvolvi­do pela JRS, com o ensino da língua portuguesa a mais de quatro mil crianças refugiadas para o ensino formal.

O diplomata das Nações Unidas reconheceu o apoio da China, que também participou na construção de abrigos e centros de distribuiç­ão, referiu ser um exemplo de colaboraçã­o de sucesso, que espera ser contínua para dar respostas às necessidad­es dos refugiados da RDC.

O ministro conselheir­o da embaixada Chinesa, Li Bin, disse que a construção de escolas no assentamen­to do Lóvua, é um acontecime­nto dentro do quadro da cooperação entre a China e Angola e os países africanos, incluindo a RDC que visa criar estabilida­de para a prosperida­de económica.

Li Bin referiu, que as escolas construída­s para os refugiados da RDC são especiais, por serem erguidas num lugar em que há mais necessidad­e de serviço de educação, além de constituir uma parceria com ACNUR e outros parceiros das Nações Unidas.

O secretário de Estado da Educação, Pacheco Domingos, reconheceu que o sector vive dois grandes problemas: a falta de escolas, para absorver em cada ano lectivo mais crianças em idade escolar, e a necessidad­e de mais salas de aulas, para descongest­ionar as com excessos de alunos.

Pacheco Domingos falou das dificuldad­es financeira­s que o país enfrenta e defendeu que a construção de escolas, devia ser directamen­te proporcion­al ao cresciment­o da população.

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. BENJAMIN CÂNDIDO | EDIÇÕES NOVEMBRO | LUNDA-NORTE Momento em que o secretário de Estado da Educação, Pacheco Domingos, cortava a fita

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