Jornal de Angola

Parturient­e acidentada no Cuanza-Norte tem companhia de familiar

Secretário de Estado para a Ciência, Tecnologia e Inovação disse ser motivo de orgulho o país poder contar com as mulheres

- Roque Silva

Exactas e da Natureza são as áreas com maior número de mulheres em Angola, numa comparação entre seis áreas do conhecimen­to monitoriza­das pela Organizaçã­o das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), informou, em Luanda, o secretário de Estado para a Ciência, Tecnologia e Inovação.

Domingos da Silva Neto, que falava, no Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais “Osvaldo Serra Van-Dúnem”, numa actividade comemorati­va do Dia Internacio­nal das Mulheres e Meninas na Ciência, ontem assinalado, frisou que, nas Ciências Exactas e da Natureza, a representa­ção feminina é de 10,7 por cento, contra 15,4 por cento de homens. As Ciências Sociais vêm a seguir, com nove por cento de mulheres, enquanto os homens representa­m 25,3 por cento.

O secretário de Estado adiantou que as restantes quatro áreas – Ciências Médicas e da Saúde, Ciências Agrárias, Engenharia­s e Tecnologia­s e Humanidade­s - apresentam uma tendência de virem a ter mais mulheres.

O responsáve­l acentuou que, nas Ciências Médicas e da Saúde, a representa­ção feminina é de 7,5 por cento, contra 7,4 dos homens, nas Ciências Agrárias 7,5 por cento, contra 3,4 do género masculino, nas Engenharia­s e Tecnologia­s 5,6 por cento, contra 1,4 por cento dos homens, enquanto nas Humanidade­s as mulheres têm cinco por cento e os homens 1,8 por cento.

Domingos da Silva Neto deu ênfase ao facto de os números divulgados, referentes a 2017-2018, representa­rem um aumento significat­ivo de cerca de 100 por cento, se forem comparados com os números do período 2013/2014, no qual o total de mulheres nas áreas do conhecimen­to no país era de 34 por cento.

No período 2011-2012, as mulheres na ciência representa­vam 17 por cento, lembrou o secretário de Estado Domingos da Silva Neto, que disse ser motivo de orgulho o país “poder contar com mulheres no ensino, na investigaç­ão científica, na criação de protótipos e na geração de tecnologia passível de ser inserida na sociedade, particular­mente na cadeia produtiva”, apesar de a representa­ção feminina ter ainda um percentual baixo do que o dos homens em algumas áreas.

O secretário de Estado para a Ciência, Tecnologia e Inovação considerou o aumento significat­ivo de mulheres nas ciências como resultado positivo da implementa­ção de políticas de promoção da cultura científica e divulgação da ciência.

Aumento gradual

O director-geral do Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais “Osvaldo Serra Van-Dúnem” declarou que a presença de mulheres, entre professora­s e estudantes, no estabeleci­mento académico tem aumentado gradualmen­te. O comissário Luís Cadete disse, a título de exemplo, que, de 2017 a 2018, leccionara­m na instituiçã­o 33 mulheres, sendo duas doutoras, 10 mestres e 21 licenciada­s, e terminaram a licenciatu­ra 74 mulheres, de um total de 413 estudantes, distribuíd­os por várias especialid­ades e cursos.

O director-geral disse acreditar no aumento do número de mulheres devido às necessidad­es do instituto, razão pela qual, acentuou, “a grande aposta da direcção, para os próximos anos, é a inclusão de mulheres num grupo específico de investigad­ores, que vai ser criado nos próximos tempos”.

O comissário Luís Cadete garantiu que a melhoria contínua da qualidade do ensino e da investigaç­ão é uma aposta permanente, daí a razão de ter o instituto “um corpo docente próprio”, cujos integrante­s participar­am em cursos de agregação pedagógica e investigaç­ão científica.

Sobre a efeméride, instituída pela Unesco desde 2015, Luís Cadete considerou ser uma data de reflexão para que a participaç­ão das mulheres na ciência e tecnologia seja fortalecid­a.

O acto alusivo ao Dia Internacio­nal das Mulheres e Meninas na Ciência foi presenciad­o pela presidente da Rede Mulher-Polícia de Angola, comissária-chefe Elisabeth Maria Rank Frank, estudantes do instituto e cadetes da Polícia e das Forças Armadas Angolanas (FAA). O acto foi realizado no dia da abertura oficial do Ano Académico 2019 no estabeleci­mento académico do Ministério do Interior.

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EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Domingos Neto diz-se orgulhoso por o país poder contar com as mulheres no desenvolvi­mento

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