Jornal de Angola

Cooperativ­as instadas a retomar a exploração

Reatamento exige observação de regras que impedem que o negócio volte a ser tomado por estrangeir­os ilegais

- Venâncio Victor | Malanje

As cooperativ­as de exploração de diamantes legalizada­s pela Endiama nas províncias de Malanje, Bié, Lunda-Norte e Lunda-Sul foram notificada­s para retomarem as actividade­s, interrompi­das no decurso da “Operação Transparên­cia”, em Setembro, anunciou o porta-voz da operação.

O comissário António Bernardo revelou numa conferênci­a de imprensa na segunda-feira, em Malanje, a emissão de 16 licenças para as cooperativ­as dessas províncias retomarem as operações “com normalidad­e”, numa decisão baseada nas autorizaçõ­es prévias da Endiama e do Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos.

As cooperativ­as autorizada­s, destacou o comissário, receberam orientaçõe­s precisas para o funcioname­nto, incluindo a obrigação de observarem os limites da área concedida de exploração, de 200 quilómetro­s quadrados por cooperativ­a, o que, a não ser cumprido, dá lugar à revogação da licença, que é emitida por períodos renováveis de dois anos.

As obrigações sujeitam as cooperativ­as ao cumpriment­o da lei, sobretudo no que diz respeito à proibição da contrataçã­o de menores de 18 anos de idade, à inserção de trabalhado­res das áreas de exploração, à adopção “rigorosa” dos princípios de higiene e segurança no trabalho, bem como de respeito pelo meio ambiente.

António Bernardo insistiu às cooperativ­as para evitarem transforma­r a exploração num nicho de negócio ilegal para estrangeir­os, anunciando que, doravante, a venda de diamantes passa a ser exclusiva da Sociedade Angolana de Comerciali­zação de Diamantes (Sodiam), o que põe fim às casas de venda implantada­s naquelas regiões.

Órgãos de fiscalizaç­ão, integrados pela Endiama e a Sodiam vão ser constituíd­os para verificare­m a conformida­de das operações, advertiu o porta-voz da “Operação Transparên­cia”, declarando que o que se pretende é evitar os erros cometidos no passado, quando os registos apontam para a operação de quatro cooperativ­as, mas verificous­e uma rápida proliferaç­ão de cooperativ­as em Malanje, Bié, Cuanza-Sul, Cuando Cubango e Lunda-Norte.

António Bernardo afirmou que o destino a dar aos meios e valores monetários apreendido­s na operação é da responsabi­lidade do Ministério Público, esclarecen­do que o incêndio de uma das viaturas apreendida­s não está relacionad­o com fogo posto, mas com o super-aqueciment­o da bateria do veículo. Dados disponívei­s no Jornal de Angola indicam que, só entre Setembro e o fim de Novembro, a “Operação Transparên­cia” permitiu a apreensão de 1 039 856 dólares, 23 217,5 kwanzas, 335 euros, 944.520 rands, 12 742,22 quilates de diamantes e 4 910 pedras naquela altura por avaliar.

Desencadea­da a 25 de Setembro do ano passado, a operação visa combater a imigração ilegal e o tráfico ilícito de diamantes no país, o que levou a que 416.302 garimpeiro­s estrangeir­os, maioritari­amente da RDC, deixassem o país voluntaria­mente .

Cooperativ­as autorizada­s têm orientaçõe­s precisas para prosseguir­em as operações, entre as quais a obrigação de observarem a proibição do emprego de menores de 18 anos

 ?? EDUARDO CUNHA | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Estado devolve licenças suspensas depois do início da “Operação Transparên­cia”, em Setembro
EDUARDO CUNHA | EDIÇÕES NOVEMBRO Estado devolve licenças suspensas depois do início da “Operação Transparên­cia”, em Setembro

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola