Ex-líder do BFA elogia medidas económicas
Emídio Pinheiro antecipa intervenção de hoje, em Lisboa, na quarta sessão do projecto “Conhecer Angola”
O antigo presidente do Banco Fomento Angola (BFA), Emídio Pinheiro, considerou ontem que o Governo angolano está a tomar as medidas certas para diversificar a economia e melhorar o ambiente de negócios.
“Estão a ser tomadas as medidas certas para a diversificação económica de Angola”, disse à Lusa o antigo gestor bancário, à margem da sua participação na quarta sessão do projecto “Conhecer Angola”, uma iniciativa da Câmara de Comércio e Indústria PortugalAngola (CCIPA), que decorre hoje em Lisboa.
“A diversificação é tanto das exportações, como do mercado interno, em particular a substituição de importações”, considerou o agora consultor independente, vincando que esse processo depende em larga escala do investimento estrangeiro, que é muito sensível a questões quer de governação do país, quer das próprias empresas.
Para Emídio Pinheiro, o facto de estarem a ser tomadas medidas para melhorar os instrumentos e a realidade do ambiente de negócios, além de medidas que ajudam a alterar a percepção e imagem que as pessoas têm de Angola, torna mais fácil atrair investimento estrangeiro.
“O que tenho visto é que as coisas têm progredido, há bastante interesse e um interesse renovado em Angola”, vincou, exemplificando com a recente visita do Presidente italiano a Luanda e as várias viagens do Presidente João Lourenço “a destinos que podem catalisar o investimento e a diversificação, mas não é possível apresentar resultados a muito curto prazo, porque isto são processos lentos”, acrescentou.
“Havendo incentivos, nomeadamente a necessidade de procura de novos mercados e novas oportunidades de negócio, a resposta empresarial está lá, porque houve muitas empresas que, face à crise doméstica e à escassez de divisas, pegaram na pastinha e foram exportar”, sublinhou.
A intervenção de Emídio Pinheiro na sessão de quintafeira, com o tema “O dia-adia em Angola - desafios e conselhos práticos”, chama também a atenção para a necessidade de os empresários que pretendem investir no país terem a noção de que é preciso ser realista.
“A sociedade é que o é, que não vou lá para mudar, tenho de ser frio na análise que faço da sociedade e saber que não posso esperar grandes mudanças a curto prazo”, disse o antigo gestor bancário, salientando que é muito importante “limpar a mente de preconceitos e deixar espaço para novas dinâmicas e novas ideias.”
Saber ouvir, ter um forte respeito pelo país, pela cultura, história e símbolos de Angola, com toda a humildade e nunca desistir são outros dos conselhos deixados por Emídio Pinheiro, que alertou que “os ingredientes e os motivos para desistir são muitos e variados, quase diários.”
Emídio Pinheiro, agora consultor independente, declara que tem visto que “as coisas têm progredido” e “há bastante interesse e um interesse renovado em Angola”