Caconda e Caluquembe relançam cultivo de café
Os municípios de Caluquembe e Caconda, Huíla, retomam o cultivo de café durante este ano, num projecto do governo provincial que visa promover a produção em grande escala, soube o Jornal de Angola junto do representante do Instituto Nacional do Café (Inca), naquela província.
Um projecto experimental de revitalização da produção de café arábica nos dois municípios arrancou com a distribuição de 50 mil mudas repartidas em metades iguais, anunciou Henriques Elias, notando que os camponeses também se dedicam ao cultivo das espécies sumatra, borbon, sorromon e tupi, bem com as nativas cavua novo e cativua.
Embora a produção de café tenha estado em fase experimental ao longo dos últimos anos, as duas localidades têm mais de 30 hectares em exploração.
Henriques Elias apresentou projecções que apontam para um rendimento de 1,5 quilos de café por muda, o que leva a uma produção de cerca de cem toneladas na primeira colheita.
As autoridades concederam, além das mudas, outros incentivos à produção de café, como uma máquina de descasque e operações de perfuração para captação de água, o que será decisivo para a irrigação.
“A população e as associações de camponeses estão incentivadas: teremos viveiros que servem de base para a distribuição de plantas para os agricultores envolvidos neste projecto”, declarou o representante do Inca.
A dificuldade que prevalece é a do preço do café comercial, cotado a 500 kwanzas o quilo no mercado nacional, fazendo com que os produtores optem pelo cultivo de milho massango, massambala, feijão, batatadoce e rena, ginguba, mandioca, hortícolas e frutas.
O município de Caluquembe, que preparou nesta época agrícola 58.200 hectares para o cultivo de produtos diversos, conta com 229 associações, 50 cooperativas e 32 mil famílias de camponeses, enquanto Caconda tem cinco cooperativas, 20 fazendas, 120 associações e mais de 20 mil famílias de camponeses e preparou mais 54 de hectares.
O representante do Inca na Huíla lembrou que a economia de Caconda e Caluquembe, sempre, teve influência directa e indirecta da produção de café, sobretudo por serem as localidades em que se concentrava os trabalhadores contratados antes de rumarem para o norte de país.