Comunicação com Genebra traz ganhos para o país
Angola tem aproveitado e muito a relação com o Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas em todos os aspectos
Devemos manter uma relação mais estreita com a Imprensa em geral, como o meio principal para manter o público nacional informado sobre o desempenho da diplomacia a nível internacional
A embaixadora e representante permanente de Angola junto dos Escritórios das Nações Unidos e outros Organismos Internacionais em Genebra, Suíça, Margarida Rosa da Silva Izata, em entrevista ao Jornal de Angola, defendeu que o País pode capitalizar muito mais com uma maior comunicação entre a missão diplomática e os órgãos nacionais com ligações directas e regulares com o Conselho dos Direitos Humanos (CDH), Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (CNUCED)
A senhora é embaixadora e representante permanente de Angola junto dos Escritórios das Nações Unidas e outros Organismos Internacionais acreditados em Genebra há pouco menos de um ano. Já é tempo para fazer uma avaliação de desempenho? Obrigado pelo interesse manifestado por um Jornal tão importante, em termos de Informação Nacional, no trabalho desempenhado por esta Missão. Realmente apresentei as minhas credenciais em Maio de 2018, e desde essa data tenho tentado ajustar-me às exigências de uma Missão Diplomática com estas características. Em termos gerais, o desempenho dos diplomatas tem sido positivo, com participação activa nos eventos promovidos pelas Organizações Internacionais (OI) sedeadas em Genebra com relação especial com Angola, como são os casos da Organização das Nações Unidas (ONU), o Conselho dos Direitos Humanos (CDH), de que somos membros, Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (CNUCED), só para citar estas. Como é que avalia a cooperação entre Angola e os diferentes organismos internacionais sedeados em Genebra? A cooperação é boa, positiva, mas há sempre espaço para melhorar. O nosso objectivo, como interlocutor do Estado junto destas Instituições Internacionais, é, em termos gerais, manter o País bem informado sobre todo o trabalho que estas desenvolvem, as vantagens e oportunidades que oferecem, tendo em atenção os beneficios reais para o País. A resposta às sugestôes, propostas, ideias que apresentamos nas notas enviadas, faz certamente uma grande diferença no aprofundamento ou não dos laços de cooperação com essas organizações. Como Angola poderia capitalizar a cooperação com as diferentes organizações sedeadas em Genebra, nomeadamente, com a CNUCED, OMC, OMPI, OIT, UIT e OMS? Um primeiro passo seria, com certeza, aprimorar a comunicação com esta Missão Permanente como “facilitadora” da relação directa com as Organizações Internacionais em Genebra. É importante que toda a correspondência que chega a Luanda, quer enviada pela Missão Permanente, quer directamente por qualquer Organização, tenha resposta em tempo útil. De preferência sempre por via desta Missão. É a única forma de estreitarmos as relações de cooperação e estarmos prontos para responder a qualquer solicitação/convite/pronunciamento das Instituições em causa. Angola tem tirado proveito no capítulo dos Direitos Humanos, cuja política internacional passa justamente no país onde a Senhora Embaixadora é a digna representante?
Angola tem aproveitado e muito a relação com o Conselho dos Direitos Humanos em todos os aspectos. Primeiro, tem sido o fórum onde o país tem directamente partilhado com a comunidade internacional as conquistas neste campo, por intermédio da participação anual nas sessões de alto nível do Conselho. No Conselho dos Direitos Humanos, onde neste momento cumpre um mandato de três anos, o nosso país tem igualmente apoiado os esforços de todos os membros da ONU na assunção, a nível nacional e mesmo regional, dos desafios ligados à promoção, defesa e realização dos Direitos Humanos. É fruto da cooperação com o Conselho dos Direitos Humanos e Órgãos de Tratados por ele criados, que Angola tem adquirido formação para a capacitação de quadros nacionais, com vista a dar resposta às exigências próprias de Estado parte de inúmeros instrumentos internacionais neste domínio. Angola assumiu a coordenação do Grupo Africano para as questões dos Direitos Humanos. Qual é a estratégia que pretende dinamizar? Esta coordenação recai para Angola como consequência do princípio de rotatividade