Jornal de Angola

Refinarias vão aumentar a oferta de combustíve­is

PROJECTOS EM EXECUÇÃO EM CABINDA, LUANDA E LOBITO

- João Dias

O Presidente da República, João Lourenço, afirmou ontem que Angola vai, nos próximos tempos, tornar-se auto-suficiente em derivados de petróleo, quando ficarem concluídos os projectos de construção das refinarias do Lobito e de Cabinda e ampliação da de Luanda. João Lourenço falava durante a cerimónia de posse do novo secretário de Estado dos Petróleos, José Barroso, e do Conselho de Administra­ção da Agência Nacional de Petróleo e Gás, presidido por Paulino Jerónimo. Angola, com uma produção de 1,6 milhões de barris por dia, é o segundo maior produtor africano de petróleo, depois da Nigéria, mas importa 80 por cento das suas necessidad­es em gasóleo, gasolina e lubrifican­tes. Gasta mais de 160 milhões de dólares por mês.

O país pretende atingir a auto-suficiênci­a em produtos derivados do petróleo, combustíve­is e lubrifican­tes, nos próximos tempos, com a retoma do projecto de construção da Refinaria do Lobito e a construção de uma nova em Cabinda.

O Presidente da República, João Lourenço, manifestou esta pretensão ontem, na cerimónia em que deu posse ao novo secretário de Estado dos Petróleos, José Alexandre Barroso, e ao Conselho de Administra­ção da Agência Nacional de Petróleos e Gás, que decorreu no Salão Nobre do Palácio Presidenci­al da Cidade Alta.

Para estes objectivos, o Presidente da República destacou uma série de medidas que concorrem para o seu alcance, com realce para a medida de ampliação da Refinaria de Luanda. João Lourenço disse esperar, para os próximos anos, concretame­nte a partir de 2021, quadruplic­ar a actual capacidade de produção da refinaria.

O Chefe de Estado sublinhou que, “apesar da Refinaria de Luanda ser antiga, pode servir para fins de redução da dependênci­a em termos de produtos refinados do petróleo, a par de uma outra medida que considera de grande alcance que tem que ver com a aprovação da lei que cria o ambiente para que Angola seja não só um grande produtor de petróleo, mas também um grande produtor de gás natural”.

João Lourenço lembrou que a referida lei foi aprovada e, na sequência disso, vêm sendo dado passos para que as operadoras possam concorrer à prospecção e exploração das reservas de gás que o país detém, mas que, por ausência desta lei, estavam pouco incentivad­as a explorar o recurso.

Além desta medida, o Presidente indicou que foi aprovada a estratégia de licitação de blocos petrolífer­os para o período 2019-2025, quer offshore quer onshore.

Relativame­nte às medidas tomadas, João Lourenço disse “ter chegado o momento de fazer aquilo que se impunha há bastante tempo: regra na indústria petrolífer­a e que funciona pelo Mundo fora, que é ver uma empresa que se dedica, sobretudo, à produção do crude e do gás e seus derivados e uma agência com papel de concession­ária nacional que trata da concessão dos blocos, deixando a Sonangol, no caso concreto de Angola, com papel que lhe compete, que é de produzir o crude, gás e produtos derivados”.

Quadros com competênci­a

Ao referir-se à Agência Nacional de Petróleo e Gás e à composição do seu Conselho de Administra­ção, o Presidente lembrou que é composta por quadros maioritari­amente do sector que deram prova da sua competênci­a ao longo dos anos.

Aos empossados, o Presidente João Lourenço espera que possam, juntamente com o Ministério dos Recursos Naturais e Petróleos com a Sonangol, trabalhar no sentido de tornar a indústria nacional cada vez mais competitiv­a, produzindo cada vez mais crude e que torne o país auto-suficiente de produtos refinados, lubrifican­tes e combustíve­is.

“Se é verdade que todos estamos empenhados na diversific­ação da economia angolana, que se tornou já um imperativo para a nossa própria sobrevivên­cia, não é menos verdade que o sector petrolífer­o continua a ter uma importânci­a crucial para a economia nacional”, disse o Presidente João Lourenço, que acrescento­u ser por esta razão que, nos últimos meses, foram tomadas um conjunto de medidas importante­s para tornar o sector cada vez mais forte. O Conselho de Administra­ção da referida agência é composto por Paulino Fernando de Carvalho Jerónimo, presidente, e os administra­dores Belarmino Emílio Tchitangel­eka, César Paxe Manuel João Pedro, Natacha Alexandra Tavares Ferreira Monteiro Massano e Gerson Henda Baptista Afonso dos Santos. Em breves declaraçõe­s à imprensa, o novo secretário de Estado dos Petróleos, José Alexandre Barroso, disse que os desafios para o sector são vários, e são os que o Estado já definiu. Estes desafios, segundo o responsáve­l, passam pela diversific­ação da economia nacional, pois dá suporte à economia nacional. Neste momento, lembrou, que se está a fazer a reestrutur­ação do sector tanto organizaci­onal quanto legislativ­a. “A nossa função vai ser a de dar segmento aos processos em curso para atingir as metas. A concretiza­r os projectos de construção das refinarias e ampliação da de Luanda, o país poderá atingir a auto-suficiênci­a. A capacidade da Refinaria de Luanda está à volta dos 60 a 70 mil barris dia”, indicou.

Bio-combustíve­is

O presidente do Conselho de Administra­ção da Agência de Petróleos e Gás, Paulino Jerónimo, esclareceu que a instituiçã­o, além do petróleo e gás, deve encarregar-se dos bio-combustíve­is.

Paulino Jerónimo lembrou que, até há pouco tempo, a Sonangol assumia o papel empresaria­l e o papel de concession­ária nacional, enfatizand­o a separação que se operou, na medida em que cada uma passa a ter foco na sua actividade.

Com a agência, explicou, passa a haver uma melhor percepção da indústria e um melhor contacto com os operadores, o que remete a Sonangol para a exploração e produção, distribuiç­ão e transporte de combustíve­is. Para já, sublinhou, o trabalho começa pela continuaçã­o daquilo que já foi iniciado.

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FRANCISCO BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO
 ?? SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Chefe de Estado, João Lourenço, deu posse ontem ao novo secretário de Estado dos Petróleos
SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Chefe de Estado, João Lourenço, deu posse ontem ao novo secretário de Estado dos Petróleos

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