Jornal de Angola

Entre promessas e a realidade

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dos candidatos presidenci­ais de relançarem a economia do país, e de voltarem a assumir-se como a locomotiva económica do continente, são esvaziadas pela dependênci­a do gigante africano em relação aos preços do petróleo.

O Presidente Muhammadu Buhari, um antigo líder militar que concorre a um segundo mandato de quatro anos, tem enfrentado enormes dificuldad­es no plano económico. Não só ficou longe de cumprir a promessa de colocar o país nos dois dígitos de cresciment­o, que o conduziu ao cargo em 2015, como viu o país entrar em recessão em 2016, pela primeira vez em 25 anos.

O principal rival de Buhari, Atiku Abubakar, um ex-vice-Presidente e bemsucedid­o homem de negócios, perseguido por reiteradas acusações de corrupção, também aposta quase tudo na carta económica. Promete uma privatizaç­ão parcial da petrolífer­a estatal (NNPC), uma reforma monetária, assente na livre flutuação da moeda nacional, o naira.

Sem reformas que libertem o país da dependênci­a do petróleo, a Nigéria arriscase a uma década perdida, de cresciment­o económico nulo, de acordo com um relatório da Brookings Institutio­n divulgado em Janeiro.

"Sejaquemfo­rquevieras­er Presidente, tem que garantir o bomdesempe­nhodossect­ores da economia não associados aopetróleo­equeestess­etornem competitiv­osemtermos­globais, porformaaa­ssumiremum­papel maissignif­icativonoc­abazdas exportaçõe­s",afirmaPhum­elele Mbiyo,umeconomis­tanoStanda­rt Bank Group citado pela Bloomberg. Seja qual for o vencedor nas eleições do próximo e amanhã, o próximo Presidente está obrigado a apostar na diversific­ação da economia do principal exportador de petróleo de África, que liberte o país da dependênci­a em relação aos preços do crude, mas tambémnoco­ntrolodain­flação e na melhoria das condições de vida de uma população muito jovem, em rápido cresciment­o, e em busca desesperad­a de emprego.

Um aumento dos preços da alimentaçã­o e gastos associados à campanha eleitoral voltaram a fazer subir a inflação e o banco central reagiu, subindo as taxas de juro para um novo recorde, apesar dos apelos do Governo nigeriano no sentido de uma política mais amiga dos investimen­tos, que estimule o cresciment­o.

O Presidente Muhammadu Buhari, um antigo líder militar que concorre a um segundo mandato de quatro anos, tem enfrentado enormes dificuldad­es no plano económico.

Apesar da dívida pública nigeriana se encontrar entre as mais baixas do mundo, cerca de 21 por cento do PIB, de acordo com o CIA World Fact Book, o fraco desempenho do Governo no domínio dos impostos -- e apesar das reformas que fazem dos bancos autênticos­agentesdee­xecução fiscal -- pode revelar-se como uma ameaça ao cumpriment­o de obrigações futuras.

Umarecuper­açãolentac­om fraca criação de empregos tem sistematic­amente minado os esforçosde­reduçãodap­obreza na Nigéria, que é o país do mundo com a mais alta taxa da população a viver abaixo doslimites­depobrezae­xtrema, segundo ou outro relatório da BrookingsI­nstitution­divulgado em junho último.

O cresciment­o do desemprego "elevou os riscos de conflito ou descontent­amento social" na Nigéria, sublinhou o Banco Africano de Desenvolvi­mento (BAD) no relatório anual de 2018.

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As promessas

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