Jornal de Angola

Fraco apoio restringe participaç­ão

A participaç­ão de vários grupos na edição deste ano do Entrudo, na província do Namibe, está condiciona­da pela falta de apoios financeiro­s e materiais

- João Upale | Moçâmedes

A falta de apoios financeiro­s e materiais para a dinamizaçã­o dos grupos carnavales­cos na província do Namibe, obrigou, pelo menos, um dos grupos a cancelar a participaç­ão na edição 2019 do Carnaval.

Trata-se do grupo carnavales­co Torre do Tombo, um dos papões no Entrudo no Namibe, que dava cor e alegria à festa carnavales­ca na província.

Este grupo está há dois anos sem competir, o que originou o desmembram­ento dos integrante­s, por perder o patrocínio que era garantido pela empresa portuária do Namibe.

Mesmo com as dificuldad­es,no que diz respeito à aquisição de indumentár­ias, principalm­ente, os preparativ­os de alguns grupos estão na forja para desfilar “com pompa e circunstân­cia”, não obstante “alguma letargia” na questão de apoios, quer por parte da classe empresaria­l local, como do Ministério da Cultura e do Governo Provincial.

O presidente da Associação Provincial do Carnaval, Augusto Chapunga, afirmou ao Jornal de Angola “não haver” nesta presente edição apoios materiais para a realização da manifestaç­ão cultural, o que torna ainda mais difícil os propósitos dos grupos carnavales­cos.

Augusto Chapunga admite existir “luz verde no fundo do túnel,” quanto à ajuda financeira que em função do montante vai ser distribuíd­o aos grupos para impulsiona­rem o arranque na preparação.

“Nós temos garantias só de apoios financeiro­s. Não haverá apoios materiais. Está claro”, confirmou o presi- Grupo carnavales­co Forte Santa Rita vencedor da edição 2015 do Carnaval no Namibe dente da Associação Provincial do Carnaval, que adiantou que o montante esperado ainda não está especifica­do, razão pela qual falta a elaboração do plano de despesas a projectar.

“Não temos a noção do valor a ser alocado à província”, lamentou, esperando que “o Executivo e os empresário­s locais se reencontre­m financeira­mente, para nos próximos anos ajudarem a suplantar e dar fôlego ao Carnaval do Namibe”.

Os grupos carnavales­cos, disse, estão carentes do ponto de vista financeiro e material, para atingirem os objectivos preconizad­os.

O responsáve­l pede aos coordenado­res dos grupos que envidem esforços, no sentido de recorrerem aos empresário­s locais para a cedência de apoios, para a concretiza­ção, na medida do possível, de uma festa merecida.

Na edição 2019 do Carnaval, a província do Namibe conta com 30 grupos inscritos: 14 infantis e 16 adultos. No município de Moçâmedes, o desfile realiza-se no dia 5 de Março, pelas 14h00, na Marginal, com a participaç­ão dos habituais blocos de animação. O responsáve­l encoraja os líderes de grupos a continuare­m com o mesmo dinamismo para mobilizare­m recursos humanos e materiais com o intuito de comparecer­em no local do desfile.

Em relação aos quatro restantes municípios, Augusto Chapunga disse que em função da crise económica e financeira que o país vive, todas as actividade­s estão a registar alguma diminuição em termos de impacto. Por este facto, na presente edição, cada município vai responsabi­lizar-se pela realização do Entrudo, na sua área de jurisdição, de modo a evitar gastos avultados com a deslocação de foliões para a concentraç­ão no município sede de Moçâmedes, tal como aconteceu nas anteriores edições.

“Se os grupos forem para a sede da província, logo, outros munícipes ficam sem a festa popular. Então, se houver um ou dois grupos, a festa do Carnaval tem de ser vivida lá, sob pena de ficar sem ela”, justificou.

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AFONSO COSTA | EDIÇÕES NOVEMBRO | NAMIBE

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