Condições na mina de Camutue são deploráveis
Os trabalhadores da mina de diamante do Camutue, na região do Lucapa, província da Lunda-Norte, estão a laboar em condições deploráveis, denunciou o secretário nacional da Central Geral dos Sindicatos Livres e Independentes de Angola (CGSILA), Jacinto Gaspar, depois de uma visita efectuada àquela unidade, no âmbito de um conflito entre os funcionários e a direcção da empresa.
Jacinto Gaspar disse que não teve a oportunidade de visitar mais áreas daquele projecto, mas com base no que viu concluiu que os responsáveis da mina diamantífera do Camutue não estão preocupados em salvaguardar as questões de direitos humanos. “As condições em que se encontram a trabalhar aquelas pessoas remetem logo para um cenário de escravatura”, lamentou.
Essa situação levou os 544 trabalhadores nacionais da empresa a despoletarem uma greve, que já leva duas semanas, para reivindicar melhores condições de trabalho e aumento salarial, cujo qualificador, segundo eles, encontra-se desactualizado há 11 anos.
Guilherme Figueiredo disse que a direcção da empresa prometeu descontar os trabalhadores que aderiram à greve, nos dias em que não produzirem.
"Através de um comunicado, a direcção da empresa informa que todas as ausências dos trabalhadores no local de serviço, vão ser consideradas faltas injustificadas, nos termos da Lei da Greve e da Lei Geral do Trabalho", salientou o sindicalista.
O sindicalista considerou radical a medida que a direcção pretende tomar contra os trabalhadores que aderiram à greve, tendo acrescentando que ela mostra que não tem especialistas em Direito do Trabalho.
O Jornal de Angola contactou o director da mina do Camutue, Colym Purdom, mas este não aceitou falar, alegando não estar autorizado a dar entrevista.