Fórum Económico Mundial é hoje o principal espaço de debates
Como poderia ser um fórum mundial e ignorar a África? Quando saí, depois de 15 anos de produção do Fórum de Davos, a primeira coisa que fiz foi criar o “New York Forum África”. Graças ao sucesso do nosso fórum, muitos outros nasceram no continente e os líderes africanos são convidados para toda a parte. Infelizmente, em Davos, a Media é mais atraída pelos chineses, europeus e líderes americanos. Eu tenho algumas ideias sobre como falar sobre a nova África. Falei brevemente com o Presidente João Lourenço sobre isso. Vamos ver o que acontece.
Sente que a elite mundial está empenhada nos problemas de África?
Depende de quem... Muitos falam acerca disso, mas não tenho a certeza se é com sinceridade. África pode resolver os seus problemas internamente. O poder de 54 países a actuar em conjunto é imenso.
Como prevê as discussões?
O Reino Unido tem de lidar com o Brexit, os Estados Unidos têm de lidar com a discordância entre o Presidente Trump e o Congresso, a França tem de lidar com o movimento social dos “Coletes Amarelos”, a China tem de lidar com o abrandamento da sua economia, a Europa tem de lidar com o populismo e a crise dos refugiados. Por isso, África não deve esperar nada dos outros. Deve ter o destino em suas mãos!
O que mais o anima neste papel de comunicador e organizador do Fórum Económico Mundial?
Sou um catalisador, um engenheiro civil, mas, em vez de construir pontes nas cidades, estou a construir pontes entre as pessoas, entre países e investidores, para apoiar a criação de emprego e ajudar as novas gerações. As pessoas são a minha paixão.
É um africano bem sucedido. Qual é o conselho que deixa
Sonhem grande, não renunciem e, mais importante do que isso, criem o seu próprio negócio, olhando para o que é necessário, o que faz falta. Não tentem ser advogados ou médicos se o seu país precisar de arquitectos ou enfermeiros. Ser feliz na vida não depende apenas do dinheiro, depende dos valores assumidos, da família, amigos. Se fores aberto aos outros, as oportunidades surgirão.
Qual tem sido a chave para o sucesso de Richard Attias & Associates e o que o fez tornar-se líder da organização?
A paixão pela excelência. A vontade de ser o melhor naquilo que fazemos. O compromisso completo com os nossos clientes e a obsessão pela criatividade e inovação. Graças a estes valores, os nossos clientes, que são muito exigentes, como Chefes de Estado, CEOs globais, sãonos muito leais. Esta é a melhor recompensa.
Qual é o seu foco para o futuro?
As economias emergentes: África, países do Médio Oriente e Europa Oriental. É onde podemos ajudar a criar empregos, atrair investidores, para sermos agentes da mudança. É nestes lugares onde podemos construir um legado. E o mais importante: é necessário enaltecer o continente onde nasci e cresci e os países que me apoiaram e confiaram ao longo dos anos.