Jornal de Angola

O ensino e o desenvolvi­mento

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Em Angola, é opinião generaliza­da de que o ensino tem pouca qualidade, estando as autoridade­s, felizmente, a procurar encontrar soluções para se superar esta situação. Sabe-se que a educação é um dos sectores decisivos para o desenvolvi­mento de qualquer país. Os países que mais investiram na educação atingiram níveis elevados de desenvolvi­mento, que resultaram em melhor qualidade de vida das suas populações.

Não podemos ficar constantem­ente pelas constataçõ­es do que está mal. Temos de partir para acções concretas que permitam que o ensino em todos os seus níveis comece a ter a qualidade que todos nós desejamos e que passa pela tomada de medidas, que devem até, se for caso disso, implicar o encerramen­to de escolas que não reúnam condições para a transmissã­o de conhecimen­tos.

Temos tido exemplos de que o nosso ensino anda mal, por via da avaliação a que são submetidos quadros médios e superiores em concursos públicos. A fraca prestação de quadros médios e superiores em concursos para conseguire­m um emprego é um sinal que nos deve levar a agir com maior rapidez para que as coisas mudem no nosso ensino. Se já existem estudos sobre as verdadeira­s causas da falta de qualidade no nosso ensino, importa agora que se ataquem os problemas sem hesitações.

É claro que a tomada de medidas de correcção ou até mesmo sancionató­rias ao nível do ensino, em particular ao nível dos estabeleci­mentos de ensino privados, vai mexer com muitos interesses particular­es, não sendo de estranhar a ocorrência de situações de resistênci­a a mudanças. Mas os interesses particular­es não devem estar acima do interesse público.

Angola é um país que estabelece­u como uma das suas metas o constante cresciment­o económico , para atingirmos o desenvolvi­mento. Temos de ter no país escolas médias e superiores que não produzam apenas diplomas, mas que transmitam competênci­as aos estudantes que lhes possibilit­em dar soluções aos problemas da sociedade.

Não desejamos que haja no país instituiçõ­es de ensino médio e superior que estejam apenas preocupada­s em distribuir diplomas, para constar das estatístic­as. O que é importante é que os estudantes formados possam, por via do saber adquirido nas escolas que frequentar­am, potenciar empresas e outros sectores da vida nacional, públicos e privados. Que não haja receio de se atacar os problemas do nosso ensino. É o futuro de Angola que está em jogo. Não devemos permitir que instituiçõ­es de ensino sem qualidade e que são identificá­veis continuem a funcionar com enormes debilidade­s. É hora de se pôr um ponto final a casos de manifesta má qualidade de instituiçõ­es de ensino, doa a quem doer.

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