Teerão exige a Islamabad acção contra terroristas
O Governo iraniano exigiu ontem ao Paquistão que actue contra os grupos terroristas activos na fronteira comum, após o atentado de quartafeira contra a Guarda Revolucionária do Irão, que o presidente do Parlamento iraniano disse ter sido planeado no Paquistão.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão convocou a embaixadora do Paquistão em Teerão, Rafat Masud, para abordar o atentado, que matou 27 membros da guarda de elite iraniana na província de Sistão-Baluchistão, no sudeste do país e perto da fronteira paquistanesa, segundo um comunicado do porta-voz do Ministério, Bahram Qasemi.
No encontro com a diplomata, Qasemi manifestou o protesto “explícito” pelo ataque dirigido contra membros daquele grupo de elite das Forças Armadas iranianas, que regressavam num autocarro após uma missão numa zona de fronteira com o Paquistão.
“A República Islâmica do Irão espera que o Governo e o Exército do Paquistão actuem com determinação e seriedade contra as bases, movimentos e destacamentos de grupos terroristas activos nas zonas fronteiriças do seu país com o Irão”, disse Qasemi. Mais concretamente, o Ministério pediu a Islamabad que tome “medidas imediatas e urgentes para identificar e deter” os autores do atentado, acrescentou.
O presidente do Parlamento iraniano afirmou ontem que o atentado foi “planeado e organizado desde o interior do Paquistão”, segundo a agência de notícias IRNA. Segundo vários meios de comunicação social iranianos, o grupo extremista Yeish al-Adl reivindicou o atentado.
O chefe da Guarda Revolucionária iraniana acusara na sexta-feira “as forças de segurança do Paquistão” de apoiarem o grupo armado envolvido no atentado.
“O Governo paquistanês, que acolheu estes contrarevolucionários e ameaças contra o Islão, sabe onde eles estão e que são apoiados pelas forças de segurança paquistanesas”, declarou o general de divisão Mohammad Ali Jafari, referindo-se ao grupo “jihadista” Yeish al-Adl (“Exército da Justiça”).
O Governo paquistanês “deve responder por este crime. Se não os puniu, as nossas represálias visarão esta força contra-revolucionária e o Paquistão assumirá as consequências do apoio a este grupo”, adiantou o general Jafari, comandante-chefe do exército ideológico da República Islâmica.