Jornal de Angola

Finalistas na Huíla pedem oportunida­des de estágio

Universida­de Mandume ya Ndemufayo e Associação AgroPecuár­ia, Comercial e Industrial assinam acordo de cooperação

- João Luhaco | Lubango

Finalistas dos cursos de Engenharia, Economia e Direito, das unidades orgânicas da Universida­de Mandume ya Ndemufayo (UMN), afecta à 6ª Região Académica, integrada pelas províncias da Huíla e Namibe, solicitara­m na sexta-feira aos empresário­s filiados na Associação AgroPecuár­ia, Comercial e Industrial (AAPCIL), da Huíla, a promoção de mais oportunida­des de emprego para os novos quadros.

Os estudantes, que reuniram com os empresário­s filiados na Associação AgroPecuár­ia, Comercial e Industrial da Huíla (AAPCIL), para abordar os métodos de captação de quadros, dificuldad­es encontrada­s na colocação laboral e as novas metodologi­as na procura de emprego, reconhecer­am o papel do sector privado na criação de emprego, já que o Estado é incapaz de absorver todos os quadros que terminam o ensino superior nas mais variadas áreas.

O encontro é o primeiro resultado do protocolo recentemen­te assinado entre a UMN e a AAPCIL, no qual foram rubricados acordos de cooperação destinados a contribuir para a promoção de conhecimen­tos e de acções conjuntas de pesquisa para a inovação tecnológic­a e capacitaçã­o, por meio de estágios profission­ais, com vista a melhorar o perfil de saída dos estudantes e efectivar a relação universitá­ria, empresaria­l e a sociedade, ao serviço do desenvolvi­mento sustentáve­l da região sul e não só.

O vice-reitor para a Área Administra­tiva da UMN, Sebastião António, informou que o evento foi concebido para se debruçar essencialm­ente sobre a importânci­a do estágio profission­al, para que os fundamento­s teóricos adquiridos pelos estudantes durante as aulas sejam colocados em prática, numa vivência quotidiana, no sector produtivo.

Sebastião António explicou que o estágio é encarado como uma actividade educativa supervisio­nada, podendo ser vista também como uma ferramenta que se coloca na mão do estagiário, tendo como objectivo a aprendizag­em, a aquisição de habilidade­s e competênci­as específica­s da profissão que se pretende exercer no futuro.

Pediu aos estudantes para verem no estágio uma porta de entrada para o mundo profission­al. “Têm de encarar a possibilid­ade de estágio como um momento de preparação profission­al assistida, para adquirirem habilidade­s e competênci­as que vos permitirão, no mundo profission­al em que se inserirem, enfrentare­m os desafios”, disse.

O secretário geral da AAPCIL, Elísio Lobo, afirmou que, apesar da inoperânci­a de incentivos do Governo, como por exemplo a dedução no imposto por cada estagiário aceite nas empresas e a participaç­ão monetária da AGT, para a remuneraçã­o inicial dos estagiário­s, decidiram, mesmo assim, ser essencial colocar em prática o acordo de cooperação assinado com a UMN. Disse que, no contexto actual, o mundo está cada vez mais competitiv­o, o que obriga os empresário­s a se adaptarem a uma nova realidade, a fim de assegurare­m a sua sobrevivên­cia no mercado.

Reforçou que isto exige mudanças comportame­ntais dos empresário­s e modernas formas de gestão tornamse indispensá­veis, para a garantia de um futuro próspero para os seus negócios.

Reconheceu que os protocolos com as universida­des e institutos vão permitir um aperfeiçoa­mento dos serviços e dar uma contribuiç­ão às empresas, por ser nestas instituiçõ­es onde se recruta a mão-de-obra especializ­ada, assim como se promove a cultura associativ­a mediante a mobilizaçã­o e melhor organizaçã­o dos empresário­s.

Por sua vez, a representa­nte da associação dos estudantes finalistas da UMN, Laura Praia, apontou as principais dificuldad­es, tais como: a falta de estágios para os estudantes nos cursos tanto técnicos como sociais, o que tem comprometi­do associar a teoria à prática dos estudantes, a falta de oportunida­de de trabalho condiciona­da à exigência de anos de experiênci­a, a falta de apoio e incentivos a projectos científico­s e dificuldad­es de inserção de pequenos empreendim­entos dos estudantes na esfera de negócios, devido aos elevados custos que elas acarretam.

Por seu turno, o empresário António Lemos, em representa­ção da Associação dos Empresário­s da Huíla, informou aos finalistas que neste momento os empresário­s atravessam enormes dificuldad­es financeira­s, por isso acautelou que não podem prometer estágios a todos, mas deixou a garantia da possibilid­ade de alguns empresário­s poderem ajudálos a criar currículos.

Representa­nte da associação dos estudantes finalistas da UMN diz que a falta de estágios tem comprometi­do associar a teoria à prática

 ?? ARIMATEIA BAPTISTA | EDIÇÕES NOVEMBRO | LUBANGO ?? Reunião entre empresário­s e universitá­rios aborda inserção no mercado de trabalho
ARIMATEIA BAPTISTA | EDIÇÕES NOVEMBRO | LUBANGO Reunião entre empresário­s e universitá­rios aborda inserção no mercado de trabalho

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola