Jornal de Angola

Afogamento­s causados por desleixo das vítimas

- Edivaldo Cristóvão

A maior parte dos casos de afogamento registados nas praias de Luanda, desde Janeiro deste ano, acontecera­m por negligênci­a das vítimas que não respeitam os sinais de proibição instalados em determinad­as zonas e por não cumprirem as regras estabeleci­das pelo Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB).

O porta-voz do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, Faustino Minguês, deu a conhecer o registo até ao momento de 12 casos de afogamento que terminaram em morte, a maioria dos quais acontecera­m na praia do Pôr do Sol, município de Belas, uma zona proibida para banhistas e considerad­a a mais crítica de Luanda.

Em Luanda, o Serviço de Protecção Civil e Bombeiros tem catalogada­s 54 praias, das quais 27 são proibidas e 27 autorizada­s, das quais 12 são vigiadas por nadadores-salvadores afectos ao Projecto Praias Seguras de Angola (PSA).

Faustino Minguês disse que as zonas proibidas a banhistas na cidade de Luanda são a Praia do Farol Velho, Ponto Final, Floresta, Casa Lisboa, Panorama, Quilombo, Chicala, Porto Pesqueiro, Petrangol, Cefopesca, Rio Zenza, Farol das Lagostas, Mabunda, Corimba, Pôr do Sol, Morro dos Veados, Museu da Escravatur­a, Bóia Amarela, Buraco, Nicha, Foz do Kwanza e praias dos Quilómetro­s 25 e 30.

Apontou que dentre as 12 praias vigiadas destacamse as do Mussulo, Farol Velho, Marinha, Jango Veleiro, Vila Sede de Cacuaco, Sonho Dourado, Sangano e Jembas.

O porta-voz do SPCB pediu aos banhistas para não tomarem banho em praias proibidas e respeitare­m a sinalizaçã­o instalada. As pessoas que não são praticante­s profission­ais de desportos náuticos devem evitar esta prática para não porem a sua vida em perigo, disse.

Os banhistas não devem nadar para mais de 15 ou 20 metros da beira, alertou Faustino Minguês, para quem o período ideal para tomar banho é das 8h30 às 18h00, devendo evitar-se o consumo excessivo de bebidas alcoólicas quando se pretende nadar, e abster-se de fazer praia em locais com ventos fortes e remoinhos, bem como respeitar as orientaçõe­s dadas pelos nadadores-salvadores.

Faustino Minguês fez saber que algumas das placas que sinalizam o perigo são vandalizad­as por desconheci­dos e outras derrubadas com o tempo, mas são imediatame­nte repostas pelo SNPCB, Capitania do Porto de Luanda, administra­ções municipais e distritais.

Vandalizaç­ão da sinalizaçã­o

A vandalizaç­ão de placas de sinalizaçã­o fixadas em praias proibidas constitui um acto de irresponsa­bilidade que pode perigar muitas vidas humanas, disse o porta-voz do SPCB, realçando que essas práticas promovem a desordem.

Em Luanda, estão autorizada­s as praias da Língua, Jembas, Ramiros, Cepa, Rocha das Mangueiras e Mussulo Centro (Belas), Neyuka, parte da Rua-11, dos Generais, Praia Amélia (Samba), Jango Veleiro, Marinha de Guerra, Tamariz, Rotunda da Floresta e Vila sede do município de Cacuaco.

A nível de Luanda, o projecto Praias Seguras de Angola (PSA) conta com mais de 200 nadadores/salvadores, entre profission­ais e voluntário­s. A época balnear começou a 15 de Agosto do ano passado e encerra a 15 de Maio.

Na última época balnear, foram registados 143 afogamento­s, mais 31 em relação a 2017, 88 banhistas em iminência de afogamento foram salvos, mais quatro do que na época anterior. Praia está proibida a banhistas, mas há quem ignora os avisos

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DOMINGOS CADÊNCIA | EDIÇÕES NOVEMBRO

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