Médicos espanhóis realizam cirurgias a cataratas
Médicos espanhóis voltaram ao país para tratar cataratas no Hospital Geral de Luanda, onde existem pelo menos 1500 pessoas em lista de espera para serem operadas até ao dia 24
O país dispõe apenas de 15 médicos oftalmologistas para atender a demanda, numa altura em que o instituto especializado atendeu no ano passado 44 mil pacientes com problemas de visão, dos quais um terço padecia de cataratas e carecia de cirurgia, disse ontem, em Luanda, a ministra da Saúde.
Falando no Hospital Geral de Luanda, onde ontem teve início a quinta expedição de médicos espanhóis, afectos à Fundação Elena Barraquer, para observar pacientes com cataratas, Sílvia Lutucuta considerou a doença como uma causa que contribui para a cegueira.
Sílvia Lutucuta disse que o sector precisa colocar em cada unidade sanitária da rede primária pelo menos dois oftalmologistas, do leque de 30 mil médicos a recrutar em breve, com vista a ter serviços de oftalmologia robusto e em bom funcionamento a nível dos hospitais municipais.
“A oftalmologia também é uma área transversal e a sua intervenção deve começar a nível dos cuidados primários de saúde”, disse a governante que anunciou que alguns médicos oftalmologistas angolanos estão a ser formados no Instituto Oftalmológico de Angola, em Luanda, e outros em Benguela, “mas o número ainda não é o suficiente”.
Sílvia Lutucuta acredita que no âmbito do Plano Nacional de Formação de Quadros, a oftalmologia é uma das áreas prioritárias da qual o sector conta com o contributo da Fundação Barraquer que se propõe a oferecer bolsas de estudo para médicos angolanos, em Barcelona, onde já se encontra uma médica a especializar-se em tratamento de catarata.
A catarata é terceira causa de procura de cuidados de saúde na área de oftalmologia no país, disse a ministra da Saúde para quem o seu pelouro está a fazer um esforço a nível dos centros de referência de oftalmologia para melhorar as condições e operar os doentes sem muita espera.