Jornal de Angola

Crianças em Cabo Ledo estão a estudar à noite

- Manuela Mateus

No todo, 525 crianças, dos 12 aos 15 anos, estudam à noite na escola do ensino primário 7006, da comuna de Cabo Ledo, município da Quiçama, província de Luanda, informou o director do estabeleci­mento de ensino.

Mané Sousa Humba disse ao Jornal de Angola que as 525 crianças só não estudam no período diurno, reservado a alunos de até 16 anos, devido à falta de salas de aula na comuna de Cabo Ledo.

“Como não queríamos que ficassem fora do sistema de ensino, decidimos colocar as crianças a estudar à noite”, explicou o director da escola, que dispõe de 34 professore­s e 20 salas com 40 turmas, distribuíd­as pelos dois turnos, da iniciação à 6ª classe.

A comuna de Cabo Ledo precisa, no mínimo, de mais duas escolas, cada uma com 12 salas, e de mais seis professore­s para serem distribuíd­os pelas escolas situadas nas zonas piscatória­s de São Brás, Quitoba e Cabala.

“A procura é muita e a oferta é pouca”, salientou o director Mané Humba, que disse haver projectos de ampliação da rede escolar no Cabo Ledo, daí ter afirmado que “dias melhores virão.”

Já na comuna da Muxima e também sede do município da Quiçama, os professore­s do Liceu nº 7026 do II ciclo do ensino secundário estão agastados com as más condições de trabalho. Salas degradadas, fissuras nas paredes, mau estado de conservaçã­o do telhado e falta de energia eléctrica estão entre os problemas que a escola enfrenta.

O director da escola, Augusto Caiala, informou que os problemas são do conhecimen­to das entidades competente­s.

Na Escola nº 7026 lecciona-se da 10ª à 12ª classe e ministra-se os cursos de Ciências Económicas e Jurídicas e Ciências Físicas e Biológicas. Com 10 salas de aula e 384 alunos, a escola tem um corpo docente integrado por 32 professore­s, a maioria dos quais é residente noutros municípios da província de Luanda.

A escola tem falta de pessoal administra­tivo e dispõe apenas de um guarda e duas auxiliares de limpeza.

Por sua vez, o professor Walter Manuel disse que, por ser a única do II ciclo na comuna da Muxima, a Escola nº 7026 devia ser alvo de maior atenção. Junta-se às dificuldad­es com que se debate a escola a falta de energia eléctrica e de meios de transporte para a deslocação dos professore­s de e para casa.

As salas 1, 2 e 3 são as que mais fissuras apresentam, problema provocado, segundo Walter Manuel, por um imbondeiro, que se encontra no pátio do estabeleci­mento.

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EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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