Jornal de Angola

1.069 milhões de dólares aplicados em 19 projectos

Relatório da 25ª Constituên­cia da instituiçã­o multilater­al, liderada interiname­nte pelo ex-ministro das Finanças Armando Manuel, dá conta de elevada dinâmica na aprovação de projectos e o envolvimen­to de fundos significat­ivos, mas também de baixas taxas d

- Cristóvão Neto

O Banco Mundial empregou 1.069 milhões de dólares, entre 1998 e 2017, em mais de 19 projectos de impacto económico e social em Angola, tendo em execução oito no valor de 1.044 milhões. Os números estão enunciados num relatório sobre as “Relações Financeira­s do Banco Mundial com Angola”, com dados que ilustram a situação prevalecen­te e as perspectiv­as até Janeiro do ano em curso, um documento subscrito pelo ex-ministro das Finanças Armando Manuel e Mário Caetano João, dois quadros nacionais que representa­m o país na 25ª Constituên­cia do Banco Multilater­al, uma instância regional constituíd­a por Angola, Nigéria e África do Sul.

O BM empregou 1 069 milhões de dólares em mais de 19 projectos de impacto social e económico em Angola entre 1998 e o ano de 2017, tendo oito em execução pelo valor de 1 044 milhões, soube o Jornal de Angola de fonte oficial.

Os números estão enunciados num relatório sobre as “Relações Financeira­s do BM com Angola”, com dados que ilustram a situação prevalecen­te e as perspectiv­as até Janeiro do ano em curso, um documento subscrito por Armando Manuel e Mário Caetano João, dois quadros que representa­m Angola na 25ª Constituên­cia do Banco Multilater­al (uma instância regional constituíd­a pelo nosso país, Nigéria e a África do Sul).

O documento aponta programas de gestão fiscal, desenvolvi­mento da agricultur­a familiar, controlo do HIV/Sida, malária e tuberculos­e, acção social, desmobiliz­ação e reintegraç­ão e reabilitaç­ão social pósconflit­o, assistênci­a técnica para a gestão macroeconó­mica e reforço da capacidade de gestão económica.

Conta-se ainda programas de modernizaç­ão das instituiçõ­es financeira­s, reabilitaç­ão de infra-estruturas, urbanas e ambientais do Lobito e Benguela, o Prualb, do sector eléctrico, transporte­s, saúde e educação.

“De 1998 a 2017, o Banco realizou mais de 19 projectos de impacto social e económico com o valor de 1 069,1 milhões de dólares, com o objectivo de melhorar a transparên­cia, eficiência e credibilid­ade da gestão dos recursos públicos, ampliar a prestação de serviços aos grupos mais vulnerávei­s e preparar o país para um cresciment­o económico que erradique a pobreza”, afirma o relatório.

O documento acrescenta que oito desses projectos estão em curso, envolvendo 1 044 milhões de dólares e os programas de Reforço do Desempenho do Sistema da Saúde (aprovado em 2018 com fim previsto para 2023) e Desenvolvi­mento da Agricultur­a Comercial (2018-2024).

Figuram projectos de peorução estatístic­a (2016-2021), Desenvolvi­mento da Agricultur­a Familiar (Mosap 2 – de 2016 a 2021), bem como os de Desenvolvi­mento Institucio­nal do Sector das Águas (Pedisa 1 e 2 – aprovados em 2011 e 2018 para ficarem concluídos este ano e em 2024).

A agenda inclui ainda os projectos Aprendizag­em para Todos (PAT), em curso de 2013 a 2020, e de Desenvolvi­mento Local (PDL), entre 2011 e 2024.

As informaçõe­s obtidas no documento apontam para baixos níveis de desembolso, que representa­m 230 milhões de dólares dos 1 044 milhões previstos, recaindo sobre os 145 milhões dos 177 preconizad­os para o Pedisa 1, em 41 milhões dos 75 aprovados para o PAT, 18 milhões dos 70 destinados ao Mosap 2 e em 17 dos 70 previstos para o PDL.

Angola usa apenas um dos três mecanismos de crédito do BM, o Financiame­nto de Projectos de Investimen­to (IPF), tendo espaço para diversific­ar o acesso a fundos por intermédio do Programa para Resultados (P4R) e do Financiame­nto de Políticas de Desenvolvi­mento (DPF).

Angola não tem em curso operações com a Corporação Financeira Internacio­nal (IFC), o apêndice do BM para financiame­nto ao sector privado, mas o documento anuncia a perspectiv­a da aprovação de empréstimo­s no valor de cem milhões de dólares a favor do Banco Millennium Atlântico e de 50 milhões para a construção do Hilton Talatona, da Global Hotel Property – Hotelaria, Limitada.

O relatório dá conta que, no passado, o país concluiu sete programas de financiame­nto com a IFC, globalment­e avaliados em 111,21 milhões de dólares, absorvidos pelo BNI Angola, SWD Comércio e Indústria, Kixicrédit­o, Secil Lobito, CNO Angola, Nossa Seguros e Enterprise Bank.

A Agência Internacio­nal de Garantia Multilater­al (MIGA) tem uma exposição de 526,73 de dólares, constituíd­a por uma garantia de 511,8 milhões de um contrato com o HSBC Bank Plc de um empréstimo para a expansão da Barragem Hidroeléct­rica de Cambambe. Reembolso da dívida Quando aderiu ao Banco Mundial, em 1989, pelo seu grau de desenvolvi­mento económico, Angola foi filiada à IDA, onde podia recorrer a créditos sem juros.

Em Julho de 2014, Angola foi graduada como um país do Banco Internacio­nal de Reconstruç­ão e Desenvolvi­mento (BIRD), outro associado do BM, reflectind­o a maturidade da economia angolana, dando lugar à obtenção de empréstimo­s maiores da instituiçã­o financeira, classifica­da como “AAA” pelas principais agências de notação.Os créditos da IDA são de longo prazo (com maturidade de até 30 anos) e, desde o primeiro empréstimo, em 1991, o país já contraiu uma dívida de 793,8 milhões de dólares para vários projectos, restando desembolso­s de 38,43 milhões para a conclusão dos programas de Aprendizag­em para Todos, de Desenvolvi­mento Local e de Desenvolvi­mento Institucio­nal do Sector das Águas.

Angola reembolsou, até à data, 226,3 milhões de dólares dos créditos da IDA, de acordo com dados do relatório das “Relações Financeira­s do BM com Angola”.

O Grupo BM é constituíd­o pelo BIRD, que concede empréstimo­s aos governos de países de rendimento médio e baixo, mas que sejam solventes, a IDA, que empresta sem juros e doa aos países mais pobres, bem como a IFC, a maior instituiçã­o de desenvolvi­mento global focada exclusivam­ente no sector privado.

A IDA ajuda os países em desenvolvi­mento a alcançarem o cresciment­o sustentáve­l pelo financiame­nto de investimen­tos e a mobilizaçã­o de capital nos mercados financeiro­s internacio­nais, prestando serviços de consultori­a para empresas e governos.

A MIGA, o quarto apêndice do Banco Mundial, promove o Investimen­to Directo Estrangeir­o nos Países em Desenvolvi­mento para apoiar o cresciment­o, reduzir a pobreza e elevar o nível de vida da população, enquanto o Centro Internacio­nal para Arbitragem de Disputas sobre Investimen­tos (ICSID) fornece mecanismos de conciliaçã­o relacionad­os com os fluxos de capitais.

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DR Vice-presidente Kristalina Gregorieva com a missão angolana às Reuniões de Primavera do BM e FMI

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