O regresso do Master, 14 anos depois
Aos 43 anos, depois de uma longa travessia do deserto, norte-americano ganhou pela quinta vez na carreira o famoso torneio de Augusta
Catorze anos depois, Tiger Woods voltou a vestir o casaco verde que é o prémio mais apetecido de qualquer jogador de golfe, símbolo da conquista do principal torneio do calendário anual, o Masters de Augusta.
Aos 43 anos, depois de vários contratempos e polémicas na carreira ao longo da última década - desde os casos extraconjugais que levaram a um dos mais mediáticos divórcios do desporto, a várias lesões e intervenções cirúrgicas que o deixaram em risco de não poder jogar mais, passando por uma detenção por conduzir sob influência de uma mistura de medicamentos e álcool, Tiger Woods volta ao lado mais brilhante do golfe mundial, com a conquista do seu quinto casaco verde em Augusta e do 15º major (os grandes torneios do golfe) na carreira.
A última vez que Tiger tinha conseguido ganhar um dos quatro principais torneios do golfe tinha sido há já onze anos, em 2008, no US Open. Agora, este é o 15º “grande” título do norte-americano, que ganhou o primeiro precisamente em Augusta, há 22 anos, em 1997. Woods repetiu o triunfo no Masters em 2002, 2003, 2005 e agora volta a inscrever o seu nome no quadro de vencedores, em 2019.
O golfista, que em 2009 tinha alcançado o feito de ser o primeiro desportista bilionário da história, segundo a revista Forbes, relança assim a sua perseguição histórica ao lendário Jack Nicklaus, recordista de títulos nos principais torneios do golfe (em majors), com 18. Com a quinta vitória em Augusta, Tiger fica a uma do recorde do torneio, também de Nicklaus.
No domingo passado, o norte-americano partiu para a última ronda do torneio a duas pancadas do então líder Francesco Molinari, mas o italiano não resistiu à pressão de jogar lado a lado com Tiger e afundou duas bolas na água nos últimos nove buracos do torneio, depois de ter estado quase irrepreensível ao longo dos primeiros 63.
Tiger conseguiu fazer uma última volta em duas pancadas abaixo do PAR, para um agregado final de -13, enquanto Molinari se afundou com duas acima e caiu para o grupo dos quintos classificados, com -11. E o “bramido do tigre” voltou a fazer-se ouvir nos “greens”, o que desatou já uma onda de reacções com várias personalidades a congratular Woods nas rede sociais. “É surreal” Nas primeiras palavras após o triunfo, Tiger Woods não escondeu a emoção inerente a um dos maiores "comebacks" (regressos) da história do desporto. “É extraordinário, depois de tudo o que aconteceu. No ano passado, eu já me considerava bastante sortudo por poder voltar a jogar. Faltei a este grande torneio durante um par de anos e agora, voltar a ser campeão... quando é que foi a primeira vez? Há 22 anos? É muito, muito tempo. É surreal”, referiu o norte-americano, que teve a família por perto.
“A minha mãe está aqui, tal como estava em 1997. Estou sem palavras. Foi um dos títulos mais difíceis de ganhar da minha carreira. No ano passado já tive perto da vitória em alguns majors. Acho que aprendi com essas experiências, para não deixar escapar desta vez”, disse, antes de receber o casaco verde das mãos do anterior campeão do Masters, o também norte-americano Patrick Reed. “Serve”, disse Woods, que recuperou um dos mais icónicos sorrisos do desporto mundial.