Trump e Kim Jong-un fazem encontro histórico
Com este encontro, Donald Trump torna-se no primeiro Presidente dos EUA a pisar o solo norte-coreano
O Presidente dos Estados Unidos da América já havia dito que estava “ansioso” por se reunir novamente com o líder norte-coreano. Ontem, Donald Trump e Kim Jongun encontraram-se na Zona Desmilitarizada e o líder norte-americano atravessou, a pé, a linha que separa as duas Coreias.
As principais agências internacionais veicularam as informações, classificando o encontro de histórico na relação entre os dois países.
Com este encontro, Donald Trump torna-se no primeiro Presidente dos Estados Unidos da América a pisar o solo norte-coreano.“É um grande dia para o mundo”, destacou o líder norte-americano, garantindo ser uma “grande honra fazê-lo”.
“Passar esta linha é uma grande honra, grandes progressos foram alcançados, grandes amizades foram feitas e esta tem sido, em particular, uma grande amizade”, acrescentou Trump.
Já Kim Jong-un referiu que “esta acção revela a vontade que o Presidente Trump tem de eliminar o passado infeliz e abrir um novo futuro entre os dois países”.
O encontro entre os dois Presidentes havia sido anunciadonosábadopelohomónimo da Coreia do Sul e posteriormente confirmado pelo próprio Donald Trump.
“Vou fazer uma declaração muito breve porque vamos seguir para a Zona Desmilitarizada onde me vou encontrar com Kim Jong-un”, disse, antes, o Presidente dos EUA aos jornalistas.
Donald Trump e Kim Jongun encontraram-se na vila fronteiriça de Panmunjon e depois seguiram para território norte-coreano onde continuaram reunidos e onde o líder norte-americano convidou o homólogo nortecoreano a visitar a Casa Branca, tal como, aliás, Trump já havia dito que faria.
Este foi o terceiro encontro entre os Presidentes dos dois países, depois da Cimeira histórica de Singapura em Junho de 2018 e o encontro de Hanói, Vietname, em Fevereiro passado.
No final do encontro, Trump garantiu que EUA e Coreia do Norte vão reabrir as negociações a propósito da questão nuclear.
“É um grande dia para o mundo”, disse Donald Trump depois de ter cumprimentado King Jong-un, cerca das 15h50 locais. “Este foi um momento especial, acho mesmo que foi - como disse o Presidente sulcoreano Moon Jae-in, um momento histórico, o facto de nos estarmos a encontrar”, afirmou Trump. Segundo o Presidente americano, ele e Kim desenvolveram “uma excelente relação” e admitiu que recuando dois anos e meio tal seria impensável. “Era uma situação muito, muito má, uma situação muito perigosa para a Coreia do Sul, para a Coreia do Norte, para o mundo”.
O líder norte-coreano afirmou que espera “ultrapassar as barreiras” graças às ligações com Donald Trump.O encontro não será suficiente para solucionar o delicado “dossiê” nuclear norte-coreano, mas é simbólico para os dois países, que antes se ameaçavam de aniquilação mutuamente.
Este encontro, na vila de Panmunjon, onde foi assinado o armistício (entre as duas Coreias) de 1953, “significa que queremos pôr termo a um passado infeliz e tentar criar um novo futuro”, afirmou ainda o Presidente norte-americano antes da reunião com o homólogo norte-coreano.
De inimigos a amigos
A química entre Trump e Kim parece agora inegável, mas a relação entre os dois esteve longe de ser sempre amigável. O ano de 2017 ficou marcado por uma escalada de tensão entre EUA e Coreia do Norte, com esta última a testar uma série de mísseis balísticos, garantindo que os mais potentes têm capacidade para atingir o território americano, inclusive cidades como Boston ou Nova Iorque, na costa Leste.
Perante o sexto ensaio nuclear dos norte-coreanos, Trump subiu o tom, não hesitando mesmo em falar no botão nuclear. Enquanto Trump e Kim iam trocando insultos - “velho senil”, disse o norte-coreano, “homem foguete”, respondeu o americano -, o Presidente da Coreia do Sul. Moon Jae-in ia tentando mediar a situação, impedindo que os receios de uma guerra se concretizassem.
Os primeiros resultados surgiram no discurso de ano novo de Kim, em Janeiro de 2018, quando o líder nortecoreano estendeu a mão a Trump. A participação da Coreia do Norte nos Jogos Olímpicos de Inverno na Coreia do Sul, há um ano e meio, foi um dos momentos de uma aproximação que culminaria com a Cimeira entre Donald Trump e Kim Jong-un em Junho de 2018.
Na Cimeira de Junho de 2018, Trump e Kim acordaram trabalhar para a desnuclearização da península coreana e para pôr um fim formal à guerra entre as duas Coreias. O conflito entre Norte e Sul, que durou de 1950 a 1953, terminou com a assinatura de um armistício mas sem um acordo de paz.
Os dois voltaram a reunirse em Fevereiro, em Hanói, no Vietname. Mas a Cimeira terminou sem qualquer acordo sobre o nuclear.