Jurista pede rigor na busca de informações das redes sociais
O vice-reitor da Universidade José Eduardo dos Santos, aconselhou os jornalistas e estudantes dos cursos de comunicação social e jornalismo, a terem o cuidado de “validar uma informação” que circula nas redes sociais, sob pena de provocar danos irreparáveis à honra e bom-nome das pessoas, bem como interferir negativamente no funcionamento das instituições.
Falando numa palestra alusiva aos 43 anos da Edições Novembro, proprietária do Jornal de Angola, dos Desportos, Economia & Finanças, Cultura e dos títulos regionais Metropolitano de Luanda, Planalto e Ventos do Sul, Armindo Jelembi disse que “há nas sociedades uma maior propensão em aceitar o boato facilmente, como sendo um facto verdadeiro”.
Armindo Jelembi, que abordou o tema “As redes sociais e as fake news – consequências no ordenamento jurídico angolano”, considerou que “não é fácil conviver com este tipo de problemas”, acrescentando que “as falsas notícias são como uma folha de papel cortada aos pedacinhos e jogadas ao vento, que quando lançadas não há maneira de as recuperar”.
“A melhor forma de contornar as falsas notícias, mesmas as consideradas de interesse público, é necessário efectuar um cruzamento das várias fontes e uma aposta no jornalismo de investigação, porque ‘interesse público’ é um o conceito indeterminado. Por isso, não dêem muita importância às fake news ”, sublinhou. O também jurista, autor do livro “Responsabilidade civil por danos causados à pessoa pela actividade da comunicação social”, advogou que “fica difícil processar os autores de notícias falsas, por se esconderem, também, em falsos perfis”, pelo que alertou os jornalistas a não terem “pobreza intelectual” no tratamento de toda a informação que lhe chega à mão.
Alberto Ndjava, que abordou o tema “O acesso às fontes de informação no exercício da actividade jornalística”, considerou ser esta a maior dificuldade dos jornalistas, aludindo que “quem vai prestar a informação, às vezes sabe, mas não tem domínio do assunto”, ou então se escuda no argumento, invocando ordens superiores.