Jornal de Angola

Adalberto Costa Júnior admite liderar a UNITA

Recandidat­ura de Isaías Samakuva está num secretismo em função do silêncio a que o mesmo se remeteu há meses

- Bernardino Manje

O líder do grupo parlamenta­r da UNITA, Adalberto Costa Júnior, admitiu ontem, em Luanda, concorrer à presidênci­a do partido, mas deixou claro que isso depende da continuida­de, ou não, de Isaías Samakuva. O novo líder da UNITA deve ser conhecido no XIII Congresso ordinário de Novembro próximo.

O líder do grupo parlamenta­r da UNITA, Adalberto Costa Júnior, admitiu ontem concorrer à presidênci­a do partido, mas deixou claro que isso depende da continuida­de, ou não, de Isaías Samakuva.

O novo líder do maior partido da oposição deve ser conhecido no XIII congresso ordinário convocado para Novembro próximo.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, o deputado confirmou que muitos militantes o têm incentivad­o a avançar com a candidatur­a, mas, para ele, interessa muito saber o que o actual presidente pretende.

Noutras palavras, Adalberto Costa Júnior quer dizer que só avança caso Isaías Samakuva cumpra com a palavra dada há já algum tempo: “não concorrer a mais um mandato.”

O presidente do grupo parlamenta­r da UNITA acredita que todas as dúvidas sejam dissipadas até ao dia 15 deste mês, quando o comité permanente do partido se reunir, para aprovar os “timings” a serem cumpridos até ao congresso, convocado para o período entre 13 e 15 de Novembro.

“A minha convicção é de que o anúncio de vontades não tem que obedecer necessaria­mente àquele 'timing'. Mas estou a reflectir. Tenho sido muito convidado (incentivad­o a concorrer), mas a mim interessa muito saber o que o presidente Samakuva quer fazer. Creio que, a partir do dia 15, estaremos em completa disponibil­idade para dizer o que nós, também, vamos fazer”, prometeu Adalberto Costa Júnior.

Segundo alguns analistas, o silêncio a que se remeteu Isaías Samakuva sobre o assunto da continuida­de ou não está a inibir os potenciais candidatos de manifestar­em as intenções.

Uma fonte do partido confirmou que, em privado, alguns dirigentes vão manifestan­do o desejo de concorrer à liderança da UNITA, mas preferem esperar. Por um lado, porque ainda há muito tempo para um pronunciam­ento oficial (pois o período para apresentaç­ão de candidatur­as é entre 16 e 30 de Setembro) e, por outro, porque ainda existe uma incógnita sobre a recandidat­ura ou não do actual presidente.

Essa incógnita acirrou-se ainda mais no dia 25 do mês passado, quando, depois de ter feito a convocatór­ia do congresso, Isaías Samakuva evitou eventuais perguntas dos jornalista­s.

Sentido diferente

O secretário provincial da UNITA no Cuando Cubango, Adriano Sapiñala, garantiu, na semana passada, que Isaías Samakuva não voltaria a concorrer. Ao falar numa mesa-redonda sobre o tema “Angola, após a saída de José Eduardo dos Santos do poder”, o também deputado afirmou que tem informaçõe­s seguras de que Samakuva, na presidênci­a do partido desde 2003, não voltaria a candidatar-se.

A verdade é que, enquanto não há um pronunciam­ento de Samakuva, os potenciais candidatos optam pela ponderação.

Um dos nomes que se tem cogitado como tendo pretensões de voltar a candidatar-se à liderança da UNITA é Estêvão José Pedro Kachiungo, derrotado no congresso de 2011. A fonte do Jornal de

Angola afirmou que José Kachiungo é simplesmen­te “potencial candidato”, mas a sua intenção de concorrer ainda não é oficial.

Outra possível candidatur­a é a do antigo deputado e general na reserva Abílio Camalata Numa, sobretudo se Isaías Samakuva decidir concorrer para mais um mandato.

Crítico assumido da liderança de Samakuva, com quem disputou o cargo em congressos anteriores, Camalata Numa avisou, em Janeiro deste ano, que seria novamente candidato se o actual presidente voltasse a candidatar-se.

“Estamos ainda em Janeiro, mas, de princípio, se o presidente Samakuva volta a candidatar-se, eu serei candidato sem pensar (duas vezes)”, afirmou, em declaraçõe­s ao jornal “O País”.

“A minha convicção é de que o anúncio de vontades não tem que obedecer necessaria­mente aquele 'timing'. Mas estou a reflectir. Tenho sido muito convidado (incentivad­o a concorrer), mas a mim interessa muito saber o que o presidente Samakuva quer fazer

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Líder do grupo parlamenta­r do partido confirma apoio de alguns militantes

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