CARTAS DOS LEITORES
Maratona de leitura
Atendendo a falta de hábitos de leitura, gostaria que as nossas autoridades, sobretudo para aquelas que superintendem o sector da Educação no sentido de organizar uma espécie de maratona de leitura para levar as nossas crianças, adolescentes e jovens ao exercício de um hábito bastante saudável. Numa altura em que pretendemos todos resgatar valores, era bom que esse desafio fosse levado a sério para que, por via de incentivos, fôssemos capazes de levar aos mais novos a resgatar e desenvolver um importante hábito. Ler é importante para sermos mais bem dotados culturalmente porque, como alguém, em tempos escreveu, "uma nação que não lê não é digna dos avanços científicos e tecnológicos que o mundo conhece". De facto, é verdade, se não lemos de que valem as conquistas no campo da ciência e tecnologia se grande parte deles são, essencialmente, para serem absorvidos através da leitura? Uma das vias através das quais podíamos fazer isso, passaria, em minha opinião através da organização de maratonas de leituras em que as escolas podiam competir entre si. E as escolas podiam, internamente, realizar concursos internos de leitura para premiar os mais dedicados e incentivar todos os outros no sentido de seguirem o mesmo exemplo. Acredito que com este exercício, vamos ser capazes de obter taxas de leituras por parte dos nossos adolescentes e jovens que nunca antes tivemos. E o Estado vai ser bem sucedido na tentativa de resgatar esse importante hábito de leitura que, como se sabe, está a perder-se cada vez mais a favor de outras formas de recreação e absorção de conhecimentos.
Denúncia policial
Escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para falar sobre a existência de "trabalhadores fantasmas", aqueles funcionários que só existem nas folhas de salários, mas que efectivamente não trabalham. E, muitas vezes, esses trabalhadores fantasmas existem, nas ditas folhas de salários, com categorias e remunerações das mais elevadas. Há ESCREVA-NOS Cartas recebidas na Rua Rainha Ginga, 12-26 Caixa Postal 1312 - Luanda ou por e-mail: dias, durante uma das sessões de julgamento do comissário Massota, foi denunciado pelo réu a suposta existência de milhares de fantasmas nas listas de salário da Polícia Nacional, uma situação que, a ser verdade, mancha gravemente o nome e a imagem da corporação. Segundo dados avançados pelo oficial superior da Polícia Nacional, terão existido mais de três mil assalariados nas folhas de salário e que nunca faziam prova de vida sempre que se lhes fosse exigido, transformando-se em “trabalhadores fantasmas” do Comando Geral e do Ministério do Interior. Essa realidade, denunciada pelo comandante da Polícia, no fundo, não traduz nada de novo na medida em que numerosas instituições continuam a viver e conviver com situações de funcionários constantes nas folhas de salário, mas que não exercem funções. Embora muitas instituições públicas tenham feito em tempo o procedimento de prova de vida para, entre outros, apurar os que se encontram em efectivo serviço e os que só recebem salário, nada mudou substancialmente. A existência de fantasmas parece já um problema cancerígeno que afecta muitas instituições, sobretudo públicas.