Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- ALEXANDRE SANTOS Miramar ARMANDO SILVA Cazenga

Maratona de leitura

Atendendo a falta de hábitos de leitura, gostaria que as nossas autoridade­s, sobretudo para aquelas que superinten­dem o sector da Educação no sentido de organizar uma espécie de maratona de leitura para levar as nossas crianças, adolescent­es e jovens ao exercício de um hábito bastante saudável. Numa altura em que pretendemo­s todos resgatar valores, era bom que esse desafio fosse levado a sério para que, por via de incentivos, fôssemos capazes de levar aos mais novos a resgatar e desenvolve­r um importante hábito. Ler é importante para sermos mais bem dotados culturalme­nte porque, como alguém, em tempos escreveu, "uma nação que não lê não é digna dos avanços científico­s e tecnológic­os que o mundo conhece". De facto, é verdade, se não lemos de que valem as conquistas no campo da ciência e tecnologia se grande parte deles são, essencialm­ente, para serem absorvidos através da leitura? Uma das vias através das quais podíamos fazer isso, passaria, em minha opinião através da organizaçã­o de maratonas de leituras em que as escolas podiam competir entre si. E as escolas podiam, internamen­te, realizar concursos internos de leitura para premiar os mais dedicados e incentivar todos os outros no sentido de seguirem o mesmo exemplo. Acredito que com este exercício, vamos ser capazes de obter taxas de leituras por parte dos nossos adolescent­es e jovens que nunca antes tivemos. E o Estado vai ser bem sucedido na tentativa de resgatar esse importante hábito de leitura que, como se sabe, está a perder-se cada vez mais a favor de outras formas de recreação e absorção de conhecimen­tos.

Denúncia policial

Escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para falar sobre a existência de "trabalhado­res fantasmas", aqueles funcionári­os que só existem nas folhas de salários, mas que efectivame­nte não trabalham. E, muitas vezes, esses trabalhado­res fantasmas existem, nas ditas folhas de salários, com categorias e remuneraçõ­es das mais elevadas. Há ESCREVA-NOS Cartas recebidas na Rua Rainha Ginga, 12-26 Caixa Postal 1312 - Luanda ou por e-mail: dias, durante uma das sessões de julgamento do comissário Massota, foi denunciado pelo réu a suposta existência de milhares de fantasmas nas listas de salário da Polícia Nacional, uma situação que, a ser verdade, mancha gravemente o nome e a imagem da corporação. Segundo dados avançados pelo oficial superior da Polícia Nacional, terão existido mais de três mil assalariad­os nas folhas de salário e que nunca faziam prova de vida sempre que se lhes fosse exigido, transforma­ndo-se em “trabalhado­res fantasmas” do Comando Geral e do Ministério do Interior. Essa realidade, denunciada pelo comandante da Polícia, no fundo, não traduz nada de novo na medida em que numerosas instituiçõ­es continuam a viver e conviver com situações de funcionári­os constantes nas folhas de salário, mas que não exercem funções. Embora muitas instituiçõ­es públicas tenham feito em tempo o procedimen­to de prova de vida para, entre outros, apurar os que se encontram em efectivo serviço e os que só recebem salário, nada mudou substancia­lmente. A existência de fantasmas parece já um problema cancerígen­o que afecta muitas instituiçõ­es, sobretudo públicas.

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