Presidente Tshisekedi fala numa tentativa de genocídio em Ituri
O Presidente congolês, Félix Tshisekedi, denunciou, terçafeira, uma “evidente tentativa de genocídio” em Ituri, no nordeste da República Democrática do Congo (RDC), considerando que a violência que afecta aquela região desde Junho visa “desestabilizar o poder” sedeado em Kinshasa.
Em visita desde domingo a Bunia, capital de Ituri, Tshisekedi declarou, na sua primeira conferência de imprensa desde que assumiu o cargo em Janeiro de 2019, que a violência que já deixou perto de 200 mortos, segundo as autoridades, “parece uma evidente tentativa de genocídio.”
“Há quem queira empurrar a província de Ituri para as chamas com o objectivo de desestabilizar o poder de Kinshasa. Isso parece uma conspiração e, agora, o mais importante é saber quem são os seus responsáveis. Não irei vacilar. Irei até ao fim para conhecer a verdade”, disse o sucessor de Joseph Kabila.
Declarado vencedor das eleições presidenciais de 30 de Dezembro de 2018, Tshisekedi assumiu o poder em Janeiro. Mas ainda não há um Governo na plenitude de funções.
O Estadista congolês assegurou, na sua conferência de imprensa, que as forças de defesa “serão mantidas em Ituri até à completa erradicação dos malfeitores.” “Mas, ao mesmo tempo”, prosseguiu, “é-lhes estendida a mão para a sua rendição.” As autoridades e o Exército atribuem a responsabilidade pela situação a uma pequena milícia pouco conhecida, enquanto a sociedade civil acusa “os agressores originários da comunidade lendu”, de liquidarem os membros da comunidade hema (maioritariamente camponesa) e os alur. Uma operação militar de grande envergadura foi lançada contra esse grupo armado mas com um resultado que ainda não foi oficialmente divulgado.