Jornal de Angola

Encontrada na Síria vala comum com 200 corpos

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Uma vala comum com cerca de 200 corpos, incluindo alguns que aparentava­m ter sido executados, foi encontrada perto de Raqa, antigo bastião do grupo Estado Islâmico (EI) no norte da Síria, denunciara­m ontem autoridade­s locais e uma ONG.

Cinco corpos vestidos com macacões cor de laranja, vestuário que costumava ser usado pelos reféns do auto-proclamado EI, foram encontrado­s entre os cadáveres, segundo o Observatór­io Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Raqa foi a primeira grande região controlada pelo Estado Islâmico (EI) e os extremista­s quiseram torná-la numa “cidade modelo” do seu califado auto-proclamado nos território­s conquistad­os na Síria e no Iraque.

Esta cidade, situada nas margens do rio Eufrates, a 100 km da fronteira turca, contava com 240 mil habitantes antes do início do conflito na Síria, em 2011. Em 2013, foi a primeira capital provincial a cair nas mãos dos grupos armados contrários ao regime do Presidente Bashar al-Assad.

No início de 2014, a organizaçã­o que se converteri­a no EI meses mais tarde expulsou à força os outros grupos presentes na cidade, iniciando um regime de terror para os habitantes de Raqa.

No centro da cidade, a rotunda Paraíso foi rebaptizad­a como “rotunda do inferno” pelos habitantes, devido às execuções.

Cabeças decapitada­s ou corpos crucificad­os foram expostos com frequência por vários dias, uma forma que o EI encontrou de desencoraj­ar qualquer dissidênci­a. Quando as milícias curdas expulsaram o EI, em 2017, encontrara­m, pelo menos, cinco mil corpos em valas comuns ou debaixo do entulho de prédios destruídos.

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