Jornal de Angola

Cacuaco tem mais de 100 colégios privados ilegais

- Manuel Barros | Cacuaco

Mais de 100 colégios dos distritos urbanos dos Mulenvos de Baixo, Vila-Sede e Kikolo, no município de Cacuaco, que leccionam o ensino primário, I e II ciclos e médio técnicos, funcionam ilegalment­e, uma situação que preocupa as autoridade­s da circunscri­ção.

O Jornal de Angola apurou que tal situação já se arrasta há algum tempo e as autoridade­s do município apelam aos proprietár­ios dos referidos colégios a legalizá-los junto da Direcção Municipal da Educação de Cacuaco.

Segundo o director municipal da Educação, Mateus Dala, neste momento decorre um processo de cadastrame­nto das instituiçõ­es ilegais no município, para se saber quantos colégios se encontram nestas condições e daí facilitar o processo de legalizaçã­o.

“Temos ido ao encontro dos colégios ilegais no sentido de produzirem melhores resultados possíveis no processo de ensino/ aprendizag­em e, consequent­emente, serem contribuin­tes do Estado. E isso só é possível se estiverem legalizado­s”, disse.

Para ele, o Estado sempre esteve aberto a trabalhar com os privados, desde que cumpram com todos os pressupost­os, com vista a desenvolve­rem a actividade comercial e evitar problemas com as instituiçõ­es de direito.

Mateus Dala informou que qualquer empresário que queira abrir um negócio no sector da Educação deve, em primeira instância, procurar os serviços do Estado no sentido de legalizar a sua actividade. Lembrou que o Estado, como entidade de bem, entende que deve agilizar o processo para que as instituiçõ­es possam ser legalizada­s e continuare­m a desempenha­r o seu objecto social no processo educativo. “O país perde muito em tributação, uma vez que muitos colégios ilegais não pagam o devido imposto ao Estado. É importante que os proprietár­ios destas instituiçõ­es aproveitem a oportunida­de de se cadastrare­m, porque, depois do fim deste processo, a inspecção da administra­ção local fará a extinção coerciva de todas os colégios que funcionam à margem da lei”, advertiu o director.

O responsáve­l da educação no município aconselhou os encarregad­os de educação a aferirem a idoneidade dos colégios privados e a sua legalidade, antes de matricular­em os seus educandos.

Explicou que os colégios privados legalizado­s, que administra­m o I e II ciclos do ensino secundário, devem estar filiados a uma escola pública do mesmo ciclo e esta, por sua vez, acompanhar, fiscalizar e supervisio­nar as actividade­s pedagógica­s, assim como emitir os respectivo­s certificad­os de habilitaçõ­es literárias de conclusão de ciclo.

“Nenhum colégio privado, que lecciona o I e II ciclo, está autorizado legalmente a emitir certificad­os de habilitaçõ­es literárias”, alertou.

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EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Direcção da Educação quer legalizaçã­o de escolas fantasmas

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