Filemon e Akwá indignados com prestação da Selecção
Ao não se qualificarem para os oitavos-de-final do Campeonato Africano das Nações (CAN), a decorrer no Egipto até ao dia 19, os Palancas Negras defraudaram as expectativas dos adeptos do futebol angolano, quando o objectivo apontava para a segunda fase da competição.
Integrada no Grupo E, Angola fez apenas dois pontos dos nove possíveis, ao empatar com a Tunísia (1-1), Mauritânia (0-0) e consentir derrota frente ao Mali (0-1). Marcou um golo e consentiu dois.
Abordado sobre o fracasso no CAN do Egipto, o antigo treinador dos Palancas Negras, Romeu Filemon defende a reformulação do futebol angolano e explica:”Temos de ter bons gestores e técnicos capazes. Não podemos continuar a trabalhar de forma empírica. Caso contrário, vamos continuar a viver estes problemas. Temos de levar a sério o futebol. É urgente a reorganização do nosso futebol. Os treinadores nacionais têm de ser mais valorizados. No futebol não deve existir rivalidade, temos de trabalhar todos em prol do desenvolvimento do futebol angolano”, disse ao Jornal de Angola.
Para Romeu Filemon, a não realização dos jogos de controlo, e os problemas durante a preparação, contribuíram para o fracasso da Selecção Nacional.
“Individualmente temos qualidade, mas colectivamente deixa muito a desejar. Não fomos uma equipa consistente, em consequência da falta de jogos de preparação, sem esquecer os pendentes com os jogadores. Dos amistosos agendados, Angola fez apenas um diante da Guiné-Bissau e falhou com a África do Sul”, justificou, acrescentando que o empate com a Mauritânia hipotecou a presença dos Palancas Negras nos oitavosde-final”.
Akwá culpabiliza FAF
Akwá, antigo “capitão” e goleador - mor dos Palancas Negras, considerou desastrosa a prestação do “onze” nacional, por força dos problemas vividos durante o estágio de preparação em Portugal.” Esta foi a pior campanha de Angola em fases finais do CAN. A falta de jogos de controlo e a greve dos jogadores acabaram por influenciar no mau desempenho da Selecção Nacional. Houve uma grande desorganização nesta nossa participação. A FAF é a responsável por este descalabro, porque problemas de prémios foram discutidos no Egipto”.
Em oito participações em fases finais da prova continental, a Selecção Nacional apenas em duas ocasiões marcou presença na segunda fase do torneio em 2008 (Ghana) e 2010 (Angola), com os seleccionadores Oliveira Gonçalves (angolano) e Manuel José (português), respectivamente.