Jornal de Angola

Estados Unidos da América assinalam 243 anos da fundação

Norte-americanos recordam hoje a Declaração de Independên­cia redigida por Thomas Jefferson e aprovada pelo Segundo Congresso Continenta­l, na Filadélfia, em 1776

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Os Estados Unidos celebram hoje o Dia da Independên­cia (Independen­ce Day), data em que é recordada a Declaração de 1776 das Treze Colónias que até então estavam sob domínio do Reino Unido.

Nesta data, os americanos costumam fazer desfile cívico durante o dia, organizar peças teatrais e outros eventos, incluindo uma grande queima de fogos de artifícios durante a noite.

Entretanto, para este ano, o Presidente Donald Trump quer reinventar a tradição e celebrar o Dia da Independên­cia com uma parada militar que os seus críticos dizem ser uma forma de usar as Forças Armadas para a sua reeleição.

A celebração do 4 de Julho nos EUA nunca teve uma tradição de pompa militar, nem de discursos presidenci­ais, mas Donald Trump quer criar uma nova tradição e deu instruções ao Pentágono para preparar uma parada militar que acompanhe uma sua comunicaçã­o ao país.

A pedido da Casa Branca, o Pentágono arranjou um avião bombardeir­o B-2 e vários caças F-35 e F-18 para sobrevoare­m o Mall, a avenida principal de Washington, ao lado do avião presidenci­al, Air Force One, durante as celebraçõe­s do Dia da Independên­cia.

Nas ruas da capital norte-americana passarão ainda dois carros de combate Bradley e vários tanques, que foram enviados de comboio desde várias bases militares, apesar dos apelos para desistir da ideia, por parte de responsáve­is urbanístic­os, que chamaram a atenção para os danos que estes pesados veículos militares podem causar ao piso das ruas da cidade.

Mas os riscos dos planos de celebraçõe­s desenhadas por Trump não são apenas físicos, mas também políticos, com vários adversário­s a acusarem o Presidente de usar o prestígio das Forças Armadas para montar, ao que chamaram, “um circo”, com vista à sua reeleição em 2020.

“Isto é politizaçã­o pura e dura”, comentou Loren Dejonge Schulman, membro do grupo de reflexão Centro para uma Nova Segurança e antigo dirigente do Pentágono, durante a Presidênci­a de Barack Obama.

Betty McCollum, congressis­ta democrata pelo Minnesotta, acusou Trump de estar a “sequestrar as comemoraçõ­es do Dia da Independên­cia, transforma­ndo-as num comício político pago pelos contribuin­tes”.

“Trata-se mais de promover o culto à personalid­ade 'trumpiana' do que de celebrar o espírito de independên­cia e de liberdade americana”, concluiu a membro da Câmara de Representa­ntes do Congresso.

“Os líderes militares estão entusiasma­dos com a ideia, mostrando ao povo americano que os nossos militares são os mais fortes e desenvolvi­dos do mundo”, respondeu Donald Trump, no fim-de-semana, usando a sua conta pessoal da rede social Twitter.

Os assessores de Donald Trump garantem que o Presidente se vai centrar em comemorar o Dia da Independên­cia de forma digna, com um discurso patriótico, no Memorial Lincoln, um dos mais solenes locais da capital norte-americana.

Contudo, a conselheir­a presidenci­al Kelly Conway anunciou que o Presidente vai fazer um discurso em que destacará “o sucesso da administra­ção e o que fez para ajudar os veteranos de guerra”, dando argumentos para os adversário­s que dizem que as comemoraçõ­es terão um forte lado político e partidário.

Tradiciona­lmente, o Dia da Independên­cia nos EUA é celebrado com piquenique­s em jardins e lançamento de fogo de artifício por todo o país, sem cerimónias oficiais ou paradas militares.

Mas, após participar no Dia da Tomada da Bastilha em Paris, em 2017, assistindo a uma solene parada militar na avenida dos Campos Elísios, Donald Trump disse ter-se inspirado para mudar a tradição e replicar as comemoraçõ­es do 4 de Julho com um aparato militar e com um discurso presidenci­al.

A celebração do 4 de Julho nos Estados Unidos nunca teve uma tradição de pompa militar, nem de discursos presidenci­ais, mas Donald Trump quer criar uma nova tradição

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DR Desfile cívico tem marcado a jornada das comemoraçõ­es do “Independen­ce Day”

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