Jornal de Angola

Palancas Negras pioraram prestação na primeira fase

Angola repetiu o terceiro lugar da anterior presença no Egipto com menos dois pontos somados em três jornadas disputadas

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que se revelaram incapazes de esconder o ambiente pesado instalado no balneário, ainda durante o estágio em Portugal. Quando precisava apenas de um ponto, o grupo comandado em campo pelos capitães Mateus Galiano e Djalma Campos não conseguiu fingir vivacidade, à semelhança da prestação alcançada diante da Tunísia (1-1) e Mauritânia (0-0).

A quebra da confiança dos jogadores na Federação, por falta de certeza do pagamento do prémio de apuramento dado pela Confederaç­ão Africana, bem como o facto de o presidente do organismo reitor da modalidade no país ter ficado de costas viradas com o treinador, mataram o que sobrava de força mental para a conquista do objectivo mínimo. A passagem de fase.

No reencontro com a história, volvidos 23 anos, a memória nos mostra que o baptismo de Angola em fases finais da competição mais cobiçada em África, a seguir ao Campeonato do Mundo, teve desfecho semelhante e ainda mais drástico, pois a fortaleza competitiv­a e emocional, publicitad­a no apuramento e na preparação, acabou diluída no movimento reivindica­tivo dos jogadores, apadrinhad­os por Carlos Alhinho, o selecciona­dor.

Na lógica de velhos males em novos tempos, a Selecção Nacional tornou ainda mais baixo o desempenho do país, no somatório das oito participaç­ões, com somente dois apuramento­s para a segunda fase, em 2008 no Ghana, a melhor prestação, e 2010, como anfitriã.

Baixo aproveitam­ento

Num total de 24 jogos disputados nos grupos preliminar­es, Angola tem um aproveitam­ento de 33,3 por cento, ao totalizar 24 pontos em 72 possíveis. O registo é de 4 vitórias, 12 empates e 8 derrotas, sendo que nos quartos-definal averbou mais dois desaires, 1-2 diante do Egipto, em 2008, e 0-1, em 2010, frente ao Ghana.

Ainda no capítulo dos números, que dão à equipa nacional uma média de um ponto somado por cada desafio realizado na primeira fase, a diferença entre golos marcados (29) e sofridos (36) é de 7 tentos negativos, daí a normalidad­e com que muitos analistas acolhem a prestação assinada em Suez e Ismailia.

As únicas edições com saldo positivo de golos foram as de 2008 (4/2) e 2010 (6/4). Os piores registos deram-se em 1996 (5/8), 2012 (1/4) e 1998 (4/6), safras que em nada perdem para a marca de 1 golo marcado e 2 sofridos do presente CAN.

O terceiro lugar foi alcançado em quatro edições, designadam­ente no Burkina Faso (1998), Egipto (2006 e 2019) e Gabão-Guiné Equatorial (2012). A Selecção foi última classifica­da em 1996 e 2013, na África do Sul.

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JOSÉ COLA | EDIÇÕES NOVEMBRO Jogadores deixaram a competição desolados com a prestação na fase preliminar no Grupo E

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