Males da e na Polícia
A segurança em Luanda continua à solta, por muito que quem tem a responsabilidade de a impor diga o contrário, pois os factos desmentem-nos, o que pode ter a ver com as formas de admissão na corporação. Quando, no parágrafo anterior, escrevemos “pode” fomos ”generosos” com o verbo. Basta pôr o pé na rua para confirmar que o comportamento de alguns dos que se apresentam como agentes da autoridade, mas tão-pouco se dão ao incómodo de parecer. Das raras semelhanças com polícias são a farda que vestem e desonram. Parecem alérgicos à ordem pública, tal a facilidade com que viram a cara às transgressões. Nem sequer estamos a referir-nos aos crimes de sangue que cometem, inclusivamente entre eles, a revelarem, do mesmo modo, pouco cuidado em algumas admissões. Por isso, não nos espantaram as acusações, feitas recentemente, por um antigo responsável da corporação, quanto à existência de “polícias fantasmas” na folha de salários. Mas nos surpreendeu que o comandante-geral da PN, ao desmentir o ex-subalterno, com toda a legitimidade que lhe assiste, tivesse afirmado, aos microfones de uma estação televisiva, que “um pequeno inquérito” revelara a falsidade das denúncias. Oassuntoéextremamentegrave para haver conclusões tiradas na sequência de “um pequeno inquérito”. Há coisas que não podem ser tratadas pela rama.