Jornal de Angola

Estudantes do ensino médio são pouco interventi­vos

- Fula Martins

dos estudantes na vida social do país não é intensa como se esperava, tal como no passado, deplorou ontem, em Luanda, o antigo secretário permanente da Comissão Nacional de Controlo e Revisão da Associação dos Alunos do Ensino Médio (AAEM).

Cardoso José reconheceu que actualment­e os estudantes se reúnem pouco para abordar questões relacionad­as com o país e disse que, com isso, contribuem menos nas campanhas de apoio nacional.

No passado, recordou, os alunos do ensino médio participav­am directamen­te nas questões ligadas às escolas, ao ponto de analisarem a contextual­ização do processo de ensino nacional que, posteriorm­ente, eram remetidos ao Ministério da Educação e aos governos provinciai­s. “Infelizmen­te, hoje quase ou nada vemos a participaç­ão estudantil nas tarefas ligadas ao ensino, o que é mau.”

De acordo com Cardoso José, a AAEM jogou um papel determinan­te a nível do país no passado, altura em que eram promovidas várias actividade­s de carácter socioacadé­micas, com realce para a mudança do ensino préunivers­itário, inicialmen­te de dois anos para três.

“Notamos que nos dias de hoje os estudantes realizam poucos acampament­os. Por exemplo, em relação ao caso da seca que se vive na região sul, os estudantes nem sequer se mobilizam em torno da causa. Podem até não ser todos a aderir, mas ao menos os de Medicina e das outras áreas de saúde poderiam prestar assistênci­a nas zonas sinistrada­s”, precisou.

A extinta AAEM realiza no sábado, às 12h00, no Canto de Catete, em Icolo e Bengo, um encontro de confratern­ização com os antigos dirigentes, quadros, membros e alunos para juntos reflectire­m sobre a actual situação do ensino no país.

Como antigo quadro e promotor do encontro, Cardoso José pediu aos excolegas para comparecer­em, de modo a contribuír­em com ideias construtiv­as sobre o futuro das associaçõe­s estudantis actuais.

“Queremos apoiar as novas associaçõe­s e dar algumas informaçõe­s sobre o que representa o movimento estudantil numa sociedade”, disse, acrescenta­ndo que não há nenhuma pretensão de se reactivar a AAEM.

Cardoso José disse que, com o encontro, se pretende, de igual modo, passar algumas experiênci­as.

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