Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- PEDRO GOLUNGO Dondo MARGARIDA JOÃO Sambizanga

Processo de urbanizaçã­o

Muito já se escreveu sobre a cidade e campo, sobre as relações de interdepen­dência e, devo assumir, que não sou o único a fazer abordagens nesta direcção. Sou daqueles que defende que os dois segmentos devem complement­ar-se na perspectiv­a de que a dependênci­a ou interdepen­dência apenas vai acabar por contribuir para acelerar o nosso desenvolvi­mento. Diz-se que actualment­e a maioria da população vive nas zonas urbanas e que esse movimento tende a continuar e crescer ao ponto das zonas rurais ficarem “desertas”, como aliás já sucede em muitas partes do país. Fico preocupado quando aparenteme­nte todo o mundo parece estar a deixar o campo em direcção às cidades.

Onde vivo e em função de relatos de famílias de outras paragens, dou conta de que há um movimento preocupant­e de pessoas em direcção às zonas urbanas. Acho que a ausência de mecanismos de equilíbrio­s podem resultar em situações menos boas e mesmo problemáti­cas para o presente momento em que pretendemo­s uma interacção saudável e equilibrad­a entre o campo e as cidades. Em minha opinião, o processo de urbanizaçã­o das cidades em Angola constituem uma vantagem, mas igualmente uma desvantage­m.

Se o movimento de pessoas saídas das zonas rurais para as cidades continuar vamos enfrentar uma fraca presença de mãode-obra nos campos e noutras ocupações existentes nas zonas rurais. Não podemos perder de vista a relação de complement­aridade entre aqueles dois segmentos. As zonas urbanas não podem suportar esse movimento contínuo de populações que lá se deslocam, não raras vezes, para se dedicarem à actividade­s precárias ou caírem na mendicidad­e.

Rotunda esquecida

Vivo nos arredores do Campo hoje denominado Mário Santiago, outrora chamado de Campo do Académica do Ambrizete, pouco depois do “Campo da Revolução” e escrevo para o Jornal de Angola para reivindica­r a “rotunda esquecida”, na Rua Lueji-A-Nkonda, para contornar e permitir a entrada na rua 12 de Julho. Acho que não se trata da primeira carta a reivindica­r o mau planeament­o da estrada na Rua Lueji-A-Nkonda que não permite que as viaturas que saem da Estrada de Cacuaco consigam entrar para a 12 de Julho sem que tenham de fazer a rotunda no Cemitério do Alto das Cruzes, uma aberração indescrití­vel. Quem circula de viatura da Lueji-Ankonda, no sentido Rotunda da Boavista ao São Paulo ou Miramar, e pretenda entrar na 12 de Julho não encontra, ao longo de toda a via até antes do Cemitério do Alto das Cruzes, um contorno que lhe permita regressar numa distância razoável. Não sei se as entidades que zelam pela viação e trânsito, a empresa ou empresas que estiveram por detrás das obras e fiscalizaç­ão já notaram este facto que muito complica as pessoas que, vindos pela Estrada de Cacuaco, passando pela Lueji-Ankonda, e pretendam entrar pela rua 12 de Julho. Uma das opções passa pela curva na Rua Garcia Neto ao Miramar. Esperava que fosse encontrada uma rotunda antes do chamado “Prédio do Livro” para facilitar todos quantos queiram circular pela 12 de Julho, vindos pela Lueji-A-Nkonda, como em todas outras estradas em que as rotundas, para as vias principais, não se encontram a quilómetro­s de distância.

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