CARTAS DOS LEITORES
Processo de urbanização
Muito já se escreveu sobre a cidade e campo, sobre as relações de interdependência e, devo assumir, que não sou o único a fazer abordagens nesta direcção. Sou daqueles que defende que os dois segmentos devem complementar-se na perspectiva de que a dependência ou interdependência apenas vai acabar por contribuir para acelerar o nosso desenvolvimento. Diz-se que actualmente a maioria da população vive nas zonas urbanas e que esse movimento tende a continuar e crescer ao ponto das zonas rurais ficarem “desertas”, como aliás já sucede em muitas partes do país. Fico preocupado quando aparentemente todo o mundo parece estar a deixar o campo em direcção às cidades.
Onde vivo e em função de relatos de famílias de outras paragens, dou conta de que há um movimento preocupante de pessoas em direcção às zonas urbanas. Acho que a ausência de mecanismos de equilíbrios podem resultar em situações menos boas e mesmo problemáticas para o presente momento em que pretendemos uma interacção saudável e equilibrada entre o campo e as cidades. Em minha opinião, o processo de urbanização das cidades em Angola constituem uma vantagem, mas igualmente uma desvantagem.
Se o movimento de pessoas saídas das zonas rurais para as cidades continuar vamos enfrentar uma fraca presença de mãode-obra nos campos e noutras ocupações existentes nas zonas rurais. Não podemos perder de vista a relação de complementaridade entre aqueles dois segmentos. As zonas urbanas não podem suportar esse movimento contínuo de populações que lá se deslocam, não raras vezes, para se dedicarem à actividades precárias ou caírem na mendicidade.
Rotunda esquecida
Vivo nos arredores do Campo hoje denominado Mário Santiago, outrora chamado de Campo do Académica do Ambrizete, pouco depois do “Campo da Revolução” e escrevo para o Jornal de Angola para reivindicar a “rotunda esquecida”, na Rua Lueji-A-Nkonda, para contornar e permitir a entrada na rua 12 de Julho. Acho que não se trata da primeira carta a reivindicar o mau planeamento da estrada na Rua Lueji-A-Nkonda que não permite que as viaturas que saem da Estrada de Cacuaco consigam entrar para a 12 de Julho sem que tenham de fazer a rotunda no Cemitério do Alto das Cruzes, uma aberração indescritível. Quem circula de viatura da Lueji-Ankonda, no sentido Rotunda da Boavista ao São Paulo ou Miramar, e pretenda entrar na 12 de Julho não encontra, ao longo de toda a via até antes do Cemitério do Alto das Cruzes, um contorno que lhe permita regressar numa distância razoável. Não sei se as entidades que zelam pela viação e trânsito, a empresa ou empresas que estiveram por detrás das obras e fiscalização já notaram este facto que muito complica as pessoas que, vindos pela Estrada de Cacuaco, passando pela Lueji-Ankonda, e pretendam entrar pela rua 12 de Julho. Uma das opções passa pela curva na Rua Garcia Neto ao Miramar. Esperava que fosse encontrada uma rotunda antes do chamado “Prédio do Livro” para facilitar todos quantos queiram circular pela 12 de Julho, vindos pela Lueji-A-Nkonda, como em todas outras estradas em que as rotundas, para as vias principais, não se encontram a quilómetros de distância.