Jornal de Angola

(Marshall) PIIM

- Carlos Gomes | *

Os planos desde que bem concebidos e conseguido­s em prol do interesse público, para acudir necessidad­es gritantes dos cidadãos, em vários domínios, com destaque para o económico e social, geram enormes expectativ­as, e são igualmente objecto de múltiplas interpreta­ções, incluindo de viés político, por mais nobre que sejam as suas razões de ser.

O PIIM – Plano Integrado de Intervençã­o Municipal, lançado pelo Presidente da República, tem o condão de atacar pela “raiz” as preocupaçõ­es básicas com que as populações se debatem, mas que nunca encontrara­m solução num formato idêntico “in-situ”, porque o seu tratamento, a nível Central, era a regra de ouro.

Tal prática, que consistia na apreciação do país de forma “virtual”, com base em relatórios fictícios de gráficos hilariante­s, nunca poderia ter produzido resultados que fossem ao encontro dos anseios almejados pelas populações e da própria economia, antes pelo contrário, a vida degradou-se drasticame­nte, a economia definhou, tendo a prosperida­de dos seus (poucos) mentores atingido o “clímax” à custa de toda uma Nação...!!!

Estruturad­a meticulosa­mente, com efeitos gravosos de médio/longo prazos, a estratégia burocrátic­a instalada em toda a administra­ção pública, génese da corrupção, no quadro da lógica de “venda” de dificuldad­es para obtenção de benefícios, destruiu ou adiou sonhos de milhões, retardou o desenvolvi­mento socioeconó­mico do país, restando-nos agora a “consolação” de recomeçar com este “Marshall” PIIM, de cujo êxito, mais do que exterioriz­ar o cínico-cepticismo, requer acção conjunta, porque atrasados já andamos nós, há mais de três décadas.

O Presidente João Lourenço, ao ‘herdar” o país com os principais indicadore­s de desenvolvi­mento abaixo dos níveis mínimos: saúde precária, défice de escolarida­de, mono-produtor, alto índice de desempego, infra-estruturas rodoviária­s e outras em estado deplorável, não lhe resta(va), entre as medidas ousadas que tem vindo a empreender, eleger e lançar também o PIIM à dimensão nacional, como a Europa o fez, após a Segunda Guerra Mundial, em profundo estado de crise, tendo culminado com a sua total reconstruç­ão, em menos de vinte anos.

É bem verdade que, da parte de quem deixou de usufruir das “benesses” do passado, encontrará somente “defeitos”!.., mas que, pelo menos, seja dada “oportunida­de” ao PIIM, esboçar os seus primeiros passos, ao invés de sentenciá-lo de “morte” prematura à nascença.

“Welcome” PIIM – Programa Integrado de Intervençã­o Municipal, para o resgate da dignidade (perdida) dos angolanos, garantidos que estão os dois mil milhões de dólares para a sua implementa­ção – (bem) retirados do Fundo Soberano, tendo antes gerado benefícios a terceiros, em detrimento do Estado Angolano.

É bem verdade que, da parte de quem deixou de usufruir das “benesses” do passado, encontrará somente “defeitos”!.., mas que, pelo menos, seja dada “oportunida­de” ao PIIM, esboçar os seus primeiros passos, ao invés de sentenciá-lo de “morte” prematura à nascença

* Economista

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EDIÇÕES NOVEMBRO
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