Conselho Soberano tem liderança rotativa
A Junta Militar no Sudão e os líderes do movimento de contestação chegaram ontem,de madrugada, a acordo sobre o período de transição política, aceitando um poder partilhado entre militares e civis, após meses de tensão ,no âmbito da criação de um Conselho Soberano. As duas partes acordaram estabelecer “um Conselho Soberano rotativo entre militares e civis, por um período de três anos ou um pouco mais”, anunciou já à noite em conferência de imprensa, o mediador da União Africana (UA), Mohamed Hassan Lebatt.
A oposição sudanesa aceitou retomar as negociações com os militares na quarta-feira, em Cartum, um mês após a ruptura causada pela remoção violenta de um acampamento de manifestantes na capital, que provocou na altura mais de uma centena de mortos.
Graças à mediação da Etiópia e da União Africana, as partes chegaram finalmente a acordo sobre o principal ponto de divergência: a liderança do “Conselho Soberano”, o órgão que deve supervisionar o período de transição política.
Não são conhecidos ainda os detalhes do acordo, mas segundo a proposta dos mediadores, o “Conselho Soberano” deverá inicialmente ser presidido por um militar durante 18 meses, antes de um civil assumir o comando até ao final da transição. Os mediadores tinham reunido, na segunda-feira, separadamente, com a Junta e com a oposição, numa tentativa de aproximar as posições no sentido da formação de um Governo de Transição.