Fazendas de Malanje investem nas frutas
Lucky Man monta fábricas para processar 15 toneladas de sumos por dia e a Gepedro investe 50 milhões em maracujá
Empresários da província de Malanje estão a investir na produção de frutas para potenciar o surgimento de uma indústria de sumos no país, noticia a Angop, que destaca o emprego de 28 milhões de dólares pelo grupo Lucky Man, num projecto agrícola que vai passar de dez para cem mil hectares.
A entrada dos empresários de Malanje no ramo das frutas é uma nova abordagem do seu envolvimento na produção agrícola, situando-se fora das tradicionais culturas de mandioca, arroz e feijão naquela província.
A Lucky Man vai montar duas fábricas de sumo, totalizando 15 toneladas por dia, segundo o director agrícola da companhia, Costa Caculo, que garantiu que os equipamentos, adquiridos na China, estão a caminho do país.
A Gepedro, outra unidade agrícola, prevê arrancar com o cultivo de frutas, embora esteja a operar no processamento de cereais. A companhia empacota dez toneladas de arroz por dia e, este ano, embalou as primeiras quatro mil, vendidas em superfícies comerciais de Malanje, Luanda, Lunda-Norte e Lunda-Sul ao preço de quatro mil kwanzas o saco de 25 quilos.
Além da produção agroindustrial, essa unidade está a preparar um espaço para desenvolver a suinicultura, com a recepção de pelo menos 50 animais importados da África do Sul no quadro de um ambicioso projecto para a produção de carne, enchidos e outros derivados.
“A previsão do arranque da unidade de processamento de carne é de seis meses”, disse para ilustrar a urgência do projecto.
A Gepedro, implantada numa área de três mil hectares próximo do Pólo AgroIndustrial de Capanda (PAC), prevê o seu alargamento para 150 hectares nos próximos dois anos, com uma projecção de colheita de cinco toneladas de produtos por hectar.
O responsável do projecto, Virgílio Chindemba, revelou que foram investidos cerca de 50 milhões de kwanzas na fazenda, com os resultados a passarem de uma tonelada de maracujá amarelo e roxo por semana, em 2018, para três toneladas.
Actualmente, essas unidades já abastecem de banana, pitaia e goiaba os mercados de Malanje, Cuanza-Norte, Luanda e Lunda-Sul, frutas vendidas entre os 300 e 500 kwanzas o quilo, tendo o maracujá como destino, os pequenos empreendedores da capital e as redes Kero e Candando, com uma remessa semanal de três mil toneladas.
Nenhuma das grandes superfícies comerciais de Malanje aderiu ao maracujá produzido na Gepedro, sob pretexto de ter pouca margem de lucro, situação que a fazenda pretende contornar criando preços mais “competitivos”, à medida que for aumentando a sua área de produção.
Juntas, as duas empresas criaram 620 novos postos de trabalho directos para os jovens dos municípios de Cahombo, Quela, CundaDia-Base, Marimba, Quiwaba Nzoji e Cangandala.
Entrada dos empresários de Malanje no ramo das frutas é uma nova abordagem do seu envolvimento na produção agrícola, fora das tradicionais culturas de tubérculos