Jornal de Angola

800 mulheres morrem por dia na gravidez ou no parto

O Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) diz que o acesso aos serviços contracept­ivos deve ser extensivo a todas as mulheres a nível do mundo

- Edivaldo Cristóvão

Mais de 800 mulheres no mundo morrem todos os dias durante a gravidez ou no parto, a maioria por falta de acesso a contracept­ivos modernos, que deixa mais de 200 milhões delas sem métodos de como evitar a gravidez, disse, em Luanda, a representa­nte do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) em Angola, Florbela Fernandes, durante o lançamento do Relatório sobre o Estado da População Mundial de 2019.

O relatório refere que 200 milhões de mulheres foram submetidas à mutilação genital feminina e que uma em cada três delas sofre de violência física ou sexual, na maioria das vezes pelos seus próprios parceiros.

O FNUAP destaca que, para contornar este quadro, lançou este ano três metas zero até 2030, nomeadamen­te, zero necessidad­e não atendida de contracepç­ão, zero mortes maternas evitáveis e zero violência e práticas baseadas no género que prejudicam as mulheres e meninas.

O relatório do Estado da População Mundial do FNUAP refere que hoje há mais mulheres a reivindica­r pelos seus direitos e ter as escolhas que quiserem em suas vidas.

“Não foi fácil caminhar até onde chegamos. As mulheres tiveram muitos obstáculos para enfrentar a sociedade que permitia aos homens terem todo o poder nas relações sexuais e nas decisões produtivas”, disse.

Ao longo dos anos, e especialme­nte desde a Conferênci­a Internacio­nal de 1994 sobre População e Desenvolvi­mento, Governos, activistas, organizaçõ­es da sociedade civil e instituiçõ­es como o FNUAP ajudaram a eliminar as barreiras das mulheres nos seus direitos e escolhas.

Apesar dos ganhos notáveis, adiantou, infelizmen­te, ainda temos um longo caminho a percorrer. Muitas pessoas ainda não desfrutam dos seus direitos. Ainda existem mulheres e meninas privadas dos seus direitos sexuais e reprodutiv­os.

A representa­nte em Angola do FNUAP, Florbela Fernandes, disse que para mudar o cenário todos têm um papel a desempenha­r, para que todas as mulheres sejam saudáveis, exerçam escolhas e tenham controlo sobre o seu futuro.

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NICOLAU VASCO | EDIÇÕES NOVEMBRO Pelo menos 200 milhões de mulheres no mundo têm dificuldad­es de acesso a contracept­ivos

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