Palancas desembarcaram em Luanda cabisbaixos
Jogadores ouviram algumas palavras de apreço no Aeroporto 4 de Fevereiro, onde foram recebidos por alguns adeptos
A Selecção Nacional de Honras de futebol regressou ontem ao país cabisbaixa e com o semblante carregado, comportamento motivado pelo afastamento prematuro, ainda na primeira fase de disputa da 32ª edição do Campeonato Africano das Nações (CAN´2019), que decorre no Egipto até 19 do corrente.
Nos rostos dos integrantes do combinado angolano, em consequência de falhar o apuramento para os oitavosde-final do CAN, o sentimento de culpa era visível.
Apesar do descalabro na prova continental, os amantes da modalidade, em número de dez, aguardaram pelos jogadores no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, onde deram as boas vindas e expressaram algumas palavras de apresso e de conforto aos integrantes da comitiva.
Com cara de poucos amigos, o técnico Srdjan Vasiljevic era o mais inconformado e rejeitou falar à imprensa. Quando deixou a sala de desembarque, o sérvio fechou-se na sua viatura para não ser abordado.
Além do seleccionador e adjuntos, regressaram ao país dez jogadores, nomeadamente: Tony Cabaça, Dani Massunguna, Isaac, Macaia, Show, Mabululu (1º de Agosto), N'dulo (Desportivo da Huíla), Herenilson e Landu (Petro de Luanda) e Mateus Galiano (Boavista de Portugal).
O “capitão” das Honras veio a Luanda para curtas férias e rever familiares. O central Wilson e o médio Eddie Afonso, ambos do Petro de Luanda, ficaram em Portugal, onde vão tirar alguns dias de licença disciplinar. Geraldo e Paizo chegaram na quinta-feira.
Gelson Dala, Stélvio Cruz, Evandro Brandão, Fredy, Wilson Eduardo, Djalma Campos, Bruno Gaspar e Bastos Quissanga seguiram directamente para a Europa, onde realizam a pré-época nos respectivos clubes.
Na recepção aos Palancas Negras, o secretário de Estado para os Desportos, Carlos Almeida, lamentou o afastamento prematuro e encorajou os atletas e equipa técnica a prosseguirem os trabalhos.
“Não foi um fracasso de todo. É uma competição com um nível de exigência máxima. Os jogadores, a equipa técnica e a Federação Angolana de Futebol (FAF) tudo fizeram para representar de forma condigna o país. E quando assim acontece, devemos apoiá-los, não obstante alguns erros cometidos, dos quais devemos tirar ilações para se evitar em outras circunstâncias”, salientou.
Carlos Almeida frisou ainda o facto de “a preparação não ter sido a mais adequada”, concluiu.
Capitão assume fracasso
Em declarações à imprensa, Mateus Galiano reconheceu o insucesso e pediu desculpas aos adeptos do futebol angolano.
“Estamos tristes, porque falhámos o objectivo traçado, que passava por atingir a segunda fase da competição. Foi uma eliminação precoce. As coisas não correram bem, em função de algumas situações. Aproveito a ocasião para pedir desculpas ao povo angolano pelo desaire no CAN”, disse, acrescentando ter ainda forças para continuar a representar os Palancas Negras, se o seleccionador assim o entender.
Aos 35 anos de idade, Mateus Galiano é o mais internacional da equipa nacional, com 52 jogos disputados.
Com 270 minutos totalizados, nos três jogos, o guarda-redes Tony Cabaça referiu que: “o sentimento é de tristeza. Porque não atingimos os “oitavos”. Temos de levantar a cabeça e procurar esquecer . Os problemas não afectaram o grupo. Nós não estivemos bem durante o torneio”, reconheceu o jogador do 1º de Agosto, estreante no “Africano”.
Integrada no Grupo E, Angola terminou a participação com saldo de dois empates, Tunísia (1-1), Mauritânia (0-0) e consentiu derrota diante do Mali (0-1), somatório de dois pontos, um golo marcado e dois sofridos.
A precisarem apenas de um empate, os angolanos não conseguiram impor-se diante dos malianos.
O Mali terminou a disputa da fase preliminar na liderança da tabela classificativa com sete pontos, seguido da Tunísia, com três. Angola foi terceira com dois pontos, os mesmos da Mauritânia, quarta e última.
Com cara de poucos amigos, o seleccionador nacional, o sérvio Srdjan Vasiljevic, era o mais inconformado e rejeitou falar à imprensa