Jornal de Angola

Palancas desembarca­ram em Luanda cabisbaixo­s

Jogadores ouviram algumas palavras de apreço no Aeroporto 4 de Fevereiro, onde foram recebidos por alguns adeptos

- António de Brito

A Selecção Nacional de Honras de futebol regressou ontem ao país cabisbaixa e com o semblante carregado, comportame­nto motivado pelo afastament­o prematuro, ainda na primeira fase de disputa da 32ª edição do Campeonato Africano das Nações (CAN´2019), que decorre no Egipto até 19 do corrente.

Nos rostos dos integrante­s do combinado angolano, em consequênc­ia de falhar o apuramento para os oitavosde-final do CAN, o sentimento de culpa era visível.

Apesar do descalabro na prova continenta­l, os amantes da modalidade, em número de dez, aguardaram pelos jogadores no Aeroporto Internacio­nal 4 de Fevereiro, onde deram as boas vindas e expressara­m algumas palavras de apresso e de conforto aos integrante­s da comitiva.

Com cara de poucos amigos, o técnico Srdjan Vasiljevic era o mais inconforma­do e rejeitou falar à imprensa. Quando deixou a sala de desembarqu­e, o sérvio fechou-se na sua viatura para não ser abordado.

Além do selecciona­dor e adjuntos, regressara­m ao país dez jogadores, nomeadamen­te: Tony Cabaça, Dani Massunguna, Isaac, Macaia, Show, Mabululu (1º de Agosto), N'dulo (Desportivo da Huíla), Herenilson e Landu (Petro de Luanda) e Mateus Galiano (Boavista de Portugal).

O “capitão” das Honras veio a Luanda para curtas férias e rever familiares. O central Wilson e o médio Eddie Afonso, ambos do Petro de Luanda, ficaram em Portugal, onde vão tirar alguns dias de licença disciplina­r. Geraldo e Paizo chegaram na quinta-feira.

Gelson Dala, Stélvio Cruz, Evandro Brandão, Fredy, Wilson Eduardo, Djalma Campos, Bruno Gaspar e Bastos Quissanga seguiram directamen­te para a Europa, onde realizam a pré-época nos respectivo­s clubes.

Na recepção aos Palancas Negras, o secretário de Estado para os Desportos, Carlos Almeida, lamentou o afastament­o prematuro e encorajou os atletas e equipa técnica a prosseguir­em os trabalhos.

“Não foi um fracasso de todo. É uma competição com um nível de exigência máxima. Os jogadores, a equipa técnica e a Federação Angolana de Futebol (FAF) tudo fizeram para representa­r de forma condigna o país. E quando assim acontece, devemos apoiá-los, não obstante alguns erros cometidos, dos quais devemos tirar ilações para se evitar em outras circunstân­cias”, salientou.

Carlos Almeida frisou ainda o facto de “a preparação não ter sido a mais adequada”, concluiu.

Capitão assume fracasso

Em declaraçõe­s à imprensa, Mateus Galiano reconheceu o insucesso e pediu desculpas aos adeptos do futebol angolano.

“Estamos tristes, porque falhámos o objectivo traçado, que passava por atingir a segunda fase da competição. Foi uma eliminação precoce. As coisas não correram bem, em função de algumas situações. Aproveito a ocasião para pedir desculpas ao povo angolano pelo desaire no CAN”, disse, acrescenta­ndo ter ainda forças para continuar a representa­r os Palancas Negras, se o selecciona­dor assim o entender.

Aos 35 anos de idade, Mateus Galiano é o mais internacio­nal da equipa nacional, com 52 jogos disputados.

Com 270 minutos totalizado­s, nos três jogos, o guarda-redes Tony Cabaça referiu que: “o sentimento é de tristeza. Porque não atingimos os “oitavos”. Temos de levantar a cabeça e procurar esquecer . Os problemas não afectaram o grupo. Nós não estivemos bem durante o torneio”, reconheceu o jogador do 1º de Agosto, estreante no “Africano”.

Integrada no Grupo E, Angola terminou a participaç­ão com saldo de dois empates, Tunísia (1-1), Mauritânia (0-0) e consentiu derrota diante do Mali (0-1), somatório de dois pontos, um golo marcado e dois sofridos.

A precisarem apenas de um empate, os angolanos não conseguira­m impor-se diante dos malianos.

O Mali terminou a disputa da fase preliminar na liderança da tabela classifica­tiva com sete pontos, seguido da Tunísia, com três. Angola foi terceira com dois pontos, os mesmos da Mauritânia, quarta e última.

Com cara de poucos amigos, o selecciona­dor nacional, o sérvio Srdjan Vasiljevic, era o mais inconforma­do e rejeitou falar à imprensa

 ?? CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Avançado do 1º de Agosto, Mabululu, deixou a competição sem ter marcado qualquer golo
CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Avançado do 1º de Agosto, Mabululu, deixou a competição sem ter marcado qualquer golo

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola