Jornal de Angola

“11 de Novembro” recebe obras de restauro

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A capitã do navio humanitári­o detida na semana passada por ter desembarca­do refugiados na ilha italiana de Lampedusa, sem autorizaçã­o, vai interpor uma acção em tribunal por difamação contra o ministro do Interior da Itália.

Já “preparámos a queixa contra o ministro Salvini", afirmou um dos advogados de Carola Rackete a uma rádio italiana, explicando que “não foi fácil fazer um inventário de todos os insultos feitos por Salvini nas últimas semanas”.

Referindo que o ministro italiano, conhecido por criar a regra dos “portos fechados” a refugiados, impulsiona os ódios, o advogado explicou que uma queixa por difamação “é uma maneira de enviar um sinal”.

A capitã do navio humanitári­o Sea-Watch "infringe as leis e ataca navios militares italianos e, ainda por cima, apresenta uma queixa contra mim", criticou o ministro italiano nas redes sociais.

“Não tenho medo de mafiosos, quanto mais de uma comunista alemã rica e mimada ... beijos”, acrescento­u. O navio da Organizaçã­o Não-Governamen­tal alemã Sea Watch atracou no final de Junho no porto da cidade italiana de Lampedusa sem autorizaçã­o, invocando o estado de necessidad­e para desembarca­r 40 migrantes, depois de 17 dias no mar.

Carola Rackete foi detida pela Polícia italiana “por resistênci­a ou violência contra um navio de guerra”, crime que prevê uma pena de três a dez anos de prisão, mas um juiz italiano invalidou a prisão, alegando que ela havia agido para salvar vidas.

O juiz encarregue do inquérito preliminar recusou o pedido dos procurador­es italianos para manter a prisão domiciliar­ia, salientou que a capitã alemã estava a “cumprir o dever de salvar vidas”.

Durante a crise, Matteo Salvini fez várias declaraçõe­s e publicou diversos 'tweets' furiosos, descrevend­o Carola Rackete como uma “criminosa” e uma “pobre mulher que só tentou matar cinco soldados italianos...”.

Carola Rackete foi também acusada de tentativa de abalroamen­to, por ter chocado com uma patrulha de uma unidade policial militariza­da e de ter entrado em águas territoria­is italianas sem autorizaçã­o. “Talvez estivesse entediada e, portanto, legitimada a borrifarse para as leis de um país”, afirmou aquando da detenção Salvini, também viceprimei­ro-ministro italiano.

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