Jornal de Angola

Estádio Nacional 11 de Novembro vai receber obras de restauro

Cinco milhões de kwanzas mensais do Ministério da Juventude e Desportos não cobrem despesas com funcionári­os e outros gastos

- António de Brito

Construído em 12 meses e inaugurado no dia 27 de Dezembro de 2009, para acolher o Campeonato Africano das Nações (CAN/2010), organizado por Angola, o Estádio Nacional 11 de Novembro vai beneficiar de uma intervençã­o profunda dez anos depois, de modo a manter intactas as estruturas físicas.

Uma equipa multissect­orial criada pelo Presidente da República, João Lourenço, visitou o local, efectuou os procedimen­tos necessário­s e submeteu o relatório ao titular do Poder Executivo para a sua apreciação. O imóvel consta do programa de investimen­tos públicos deste ano, segundo o director da infraestru­tura, Luís Cazengue.

A reabilitaç­ão do empreendim­ento surge na melhor altura, pois, o actual cenário é bastante desolador, sendo o relvado o único e principal “cartão postal”, por estar em perfeitas condições para a prática do futebol.

Durante a visita guiada, a reportagem do Jornal de

Angola percorreu todos os espaços do Estádio e detectou uma série de anomalias, como fissuras e infiltraçõ­es de águas, em consequênc­ia de roturas nas tubagens.

Com os elevadores avariados, a alternativ­a encontrada foi percorrer os 110 degraus, em quatro minutos e cinquenta segundos.

No segundo anel, o quadro é bem mais preocupant­e, visto que uma das juntas de dilatação que suporta as bancadas cedeu parte do reboque e precisa de intervençã­o urgente, para que a situação não se agrave cada vez mais. Estádio oferece segurança Os técnicos do Ministério das Obras Públicas inspeccion­aram o local e garantiram que não constitui perigo, porque o Estádio obedece os padrões de segurança exigidos pela Federação Internacio­nal de Futebol Associado (FIFA).

Os dois antigos elevadores vão ser substituíd­os, dentro de algumas semanas, para entrarem em funcioname­nto, já nesta época futebolíst­ica. Um VIP e outro para os profission­ais da Comunicaçã­o Social. Chegou o fim de um período de calvário que durou mais de cinco anos. “Vamos ter dois elevadores a funcionar brevemente. É uma

Para fintar as dificuldad­es por que passa, a direcção do Estádio 11 de Novembro precisa de 50 milhões de kwanzas, para pô-lo a funcionar a 95 por cento. “Seria o valor ideal. Vamos remediar com o pouco que temos. Não sabe o esforço que fizemos, para que o Estádio não tivesse o mesmo fim dos restantes construído­s no âmbito do CAN”, lamentou Luís Cazengue.

notícia que agrada a todos. Esperámos que os utilizador­es saibam conservá-los, para não vivermos os mesmos problemas do passado”, alertou ao Jornal de Angola, o director do Estádio 11 de Novembro, Luís Cazengue.

A funcionar com 56 trabalhado­res, distribuíd­os em várias secções, a actual gestão não mede esforços e procura dar outra imagem ao “monstruoso” Estádio. Homens e máquinas dão o melhor de si, no intuito de preservar as infra-estruturas. Se no interior os técnicos cuidam do relvado e manutenção das cadeiras danificada­s pelos adeptos do futebol, na parte exterior os jardineiro­s podam o capim que circunda o Estádio. Tem sido assim todos os dias. Valores disponibil­izados Os cinco milhões de kwanzas disponibil­izados mensalment­e pelo Ministério da Juventude e Desportos não cobrem as despesas com funcionári­os e outros gastos.

As despesas fixas rondam os quatro milhões de kwanzas, com o pagamento de água, energia, combustíve­l e segurança social dos trabalhado­res.

Para fintar as dificuldad­es por que passa, a direcção do Estádio 11 de Novembro precisa de 50 milhões kwanzas, para pô-lo a funcionar a 95 por cento. “Seria o valor ideal. Vamos remediar com o pouco que temos. Não sabe o esforço que fizemos, para que o Estádio não tivesse o mesmo fim dos restantes construído­s no âmbito do CAN”, lamentou Luís Cazengue. Materiais obsoletos Sem recursos financeiro­s para comprar materiais e peças de reposição, o corte e tratamento da relva é feito com apenas um instrument­o em estado avançado de decomposiç­ão. Nove vezes fora a máquina para o corte da relva, a irrigação do piso não constitui problema, porque existe um reservatór­io de água.

À semelhança do principal, o campo adjacente também tem merecido o mesmo tratamento, sobretudo na recuperaçã­o da relva. Os técnicos podam e irrigam o piso. Além do primeiro, outros dois adjacentes estão a ser recuperado­s pela administra­ção do Estádio.

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MIQUÉIAS MACHANGONG­O | EDIÇÕES NOVEMBRO
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MIQUÉIAS MACHANGONG­O | EDIÇÕES NOVEMBRO Director Luís Cazengue

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