Consultores apresentam rede tecnológica à banca
As subsidiárias angolanas da KPMG e da IBM propuseram às instituições bancárias angolanas a utilização do Blockchain (também conhecido como “o protocolo da confiança”), uma rede tecnológica que garante transparência nas operações.
Numa apresentação pública do software realizada quinta-feira por gestores das duas companhias, o Blockchain foi definido como uma tecnologia que funciona como uma base de dados que permite a partilha de informações entre os membros por meio de uma rede que pode ser implementada em sectores como a saúde, seguros, logística e distribuição, finanças e contabilidade, banca, bem como a nível governamental.
O assessor da KPMG Angola José Garrido afirmou à imprensa que a rede é muito utilizada no mundo, mas em Angola ainda não existem clientes, apesar dos benefícios trazidos, como o que acontece na banca, onde ao contrário do que acontece agora, quando as transferências entre bancos podem levar dois dias envolvendo compensações, com o Blockchain as transacções são mais céleres e menos dispendiosas.
“Com o Blockchain, as instituições ficam directamente em contacto, sem precisarem de intermediários e com as operações bancárias mais céleres, reduzindo de forma significativa as taxas das transacções”, disse o assessor da KPMG.
O software também dá aos bancos a opção de obterem todas as informações sobre o perfil dos clientes que pretendem abrir contas e prevenirem-se de eventuais clientes com ligações ao terrorismo e ao branqueamento de capitais, um procedimento obrigatório.
Por outro lado, acrescentou, a utilização desta tecnologia torna o sistema financeiro mais transparente, uma vez que as informações sobre operações efectuadas dão acesso a todos os membros da rede, garantindo a integridade do processo, dada, sobretudo, pela remoção da necessidade de uma terceira parte.
Apesar da partilha das informações se fazerem entre os vários membros da rede, existem as que são codificadas e acedidas apenas pelo legitimadores, de forma a garantir o sigilo profissional, disse o director da IBM para a região da SADC.
Segundo Carlos Fernandes, uma das primeiras utilizações do Blockchain foi na criação de criptomoedas, ou seja, moedas cem por cento digitais como o bitcoin, a mais conhecida, mas também o ripple, dash ou litecoin.