Jornal de Angola

Banco Mundial pede “equipa de reformas”

Instituiçã­o multilater­al solicita a formação de um pequeno grupo altamente qualificad­o, encarregue de priorizar, monitoriza­r e solucionar problemas do processo de reformas

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O Banco Mundial solicita, num relatório sobre o sector privado em Angola, que o Governo crie uma “Equipa de Reformas” para supervisio­nar a reestrutur­ação económica que o país está a implementa­r.

Há necessidad­e de uma pequena e dedicada ‘Equipa de Reformas’ altamente qualificad­a que reporte ao mais alto nível do Governo, encarregue de priorizar, monitoriza­r e resolver problemas do processo de reformas, sem ser responsáve­l pela execução das reformas, pois isso deve permanecer como uma prerrogati­va dos ministério­s e agências designados”, lê-se no relatório do Banco Mundial sobre o sector privado em Angola.

O relatório, com o título “Criação de Mercados em Angola - Oportunida­des de Desenvolvi­mento através do Sector Privado”, faz um extenso diagnóstic­o sobre as principais dificuldad­es que se colocam ao desenvolvi­mento desse sector, por intermédio do qual recomenda que ocorra a diversific­ação económica.

Além de uma pequena equipa a funcionar na dependênci­a directa do Chefe de Estado. “É essencial que os quadros superiores do Governo, começando pelo Chefe de Estado, estejam continuame­nte e activament­e envolvidos no processo de reformas, o que implicará assumir compromiss­os específico­s e públicos na agenda de reformas, expressos em termos simples que tornem claros os benefícios”, lê-se no documento, que salienta que “tais compromiss­os públicos exercem pressão sobre o Governo para que dê o devido seguimento e envie um forte sinal de que a iniciativa de reformas é real”.

Por outro lado, os técnicos do Banco Mundial, que recentemen­te aprovou um empréstimo de mil milhões de dólares a Angola, defendem que as reformas têm de ter um plano abrangente, calendariz­ado e detalhado.

“Em tempos de crise e mudança no paradigma de desenvolvi­mento económico, há uma necessidad­e crucial de um plano de reforma geral, priorizado e sequenciad­o, baseado num entendimen­to comum das oportunida­des e dos problemas”, afirma o relatório.

Segundo o documento, “o esforço de priorizaçã­o deve ser tanto sobre decidir o que não fazer como sobre o que fazer; muitas das actividade­s planeadas podem ser contraprod­ucentes, por exemplo, políticas industriai­s mal informadas jogando a favor de interesses pessoais ou de importânci­a secundária”.

“É essencial que os quadros superiores do Governo estejam continua e activament­e envolvidos no processo de reformas”

Além de preconizar “uma alocação clara e simples de responsabi­lidades para realizar reformas prioritári­as e, crucialmen­te, para implementá-las”, o Banco Mundial quer também que Angola tenha um conhecimen­to técnico de classe mundial para planeament­o e implementa­ção” das reformas, já que esta política “precisará, tanto quanto possível, da especializ­ação técnica de classe mundial, começando com a Equipa de Reformas dedicada”.

Defendendo que é preciso envolver a população no esforço das reformas e comunicar os resultados de forma clara e transparen­te, o Banco Mundial conclui que é também necessário fazer uma avaliação contínua deste processo.

“Com o passar do tempo, o sucesso do programa de reformas dependerá, em grande medida, da monitoriza­ção regular com ciclos de comentário­s rígidos, em conjunto com a tomada de decisões oportuna e contundent­e sobre medidas correctiva­s pelo nível superior do Governo”, afirma-se no relatório.

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Além da Equipa Económica, Banco Mundial pede uma que se encarregue das reformas

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